sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Máquinas de camisinhas nas escolas

Eu digo NÃO!
Mais uma vez está comprovado que entregar ao Estado a responsabilidade das obrigações da família é um desastre total. A lição de casa deve ser feitaem casa e pelos próprios pais, e não em outro lugar e nem por outros que não sejam os próprios responsáveis, as mazelas irão se espalhando, plantando inconsequências e confusão em todos os cantos.
Na ausência de quem o faça responsavelmente, sempre haverá quem tome o lugar e o faça da forma que lhe convier. Da mesma forma que, quando a família se omite perante diversas necessidades dos seus filhos, estes por sua vez procuram quem as satisfaça e muitas vezes caem nas garras dos traficantes de diversos produtos: entorpecentes, sexo, e da vida.
Também por esse vácuo familiar, assistimos o Estado assumir responsabilidades da família, quando esta se omitiu nos tempos devidos.Várias questões anteriores à esta - máquinas de camisinhas - deveriam ter sido responsavelmente discutidas nos momentos em que se apresentaram e não o foram. Ficaram perdidas nos discursos de "educadores" e curiosos (mais de "curiosos" do que educadores).
Assim, o Estado, autodenominando-se tutor da juventude, acha por bem pregar que: o sexo deve ser discutido da forma mais superficial possível, valorizando o prazer (pior ainda: o prazer individual e nunca do companheiro(a)) em detrimento de seus nobres objetivos, evitando polemizar a necessidade do casamento, a objetividade da reprodução, justificando-se, para tanto, em sua laicidade - um viés ao avesso; gravidez - que habituou-se acompanhá-la sempre do adjetivo "indesejada" - nunca é pregada como deveria ser: uma felicidade, porque resultou do amor profundo entre duas pessoas e do sexo responsável, e que agora devem sentir-se orgulhosos por terem sob suas responsabilidades uma nova vida que está a caminho. Mas não. Prega-se o avesso: casamento? Em desuso. Família? Muito "custoso". Educar os filhos? As escolas que se virem. Sexo? Quando quiser. Gravidez? Indesejável sempre... para evitar, use camisinha... se não conseguiu, estamos providenciando o aborto legal.
E assim caminhamos a passos largos em direção à completa destruição dos valores pessoais, do amor, da caridade, da família e, sobretudo, da proteção da vida como meta primordial de vida. A vida torna-se uma mercadoria, podendo ser escolhida quando e como deverá ser presente. Camisinhas à rolê nas escolas é um convite à promiscuidade, ao sexo banal, inconsequente e o risco da gravidez irresponsável.
As saídas que o Estado, em sua decadência moral, encontra para os problemas são as mais fáceis e menos custosas: o paternalismo míope das diversas bolsas descompromissadas com a qualificação pessoal e profissional, e as cotas nas universidades na contramão da melhora da qualidade do ensino são dois exemplos do mesmo viés das máquinas de camisinha. Não trarão nenhum benefício para a sociedade; ao contrário, pioram ainda mais a qualidade de vida, na medida que lhes rouba a essência de suas vidas: a defesa da própria vida!
Carta publicada na Folha de Londrina - edição de 13/09/2008 - página 03. (exceto o trecho em itálico, que foi cortado por "falta de espaço".

terça-feira, 19 de agosto de 2008

ABORTO: a quem interessa???

  • Maria José Miranda Pereira
"Certos fatos sobre o aborto precisam ser entendidos: nenhum país já reduziu o crescimento de sua população sem recorrer aoaborto" (Relatório Kissinger, p. 182).
Uma pesquisa da Sensus realizada em abril de 2005 a pedido da Confederação Nacional de Transportes (CNT) revelou que 85% dos brasileiros são contrários à prática do aborto. Mesmo em caso de violência sexual, 49,5% são contrários, enquanto 43,5% são favoráveis e 7% não responderam [1].
A Folha de S. Paulo recentemente mostrou sua admiração pela "queda abissal" (sic) da aprovação pública ao aborto:"Um dos aspectos que mais atraíram a atenção das pessoas ouvidas pela Folha a respeito dos resultados das chamadas ´questões morais´ da pesquisa Datafolha foi a queda abissal no índice de moradores de São Paulo que apóiam a legalização do aborto. Saiu de 43% em 1994, quando a maioria da população se declarava a favor da descriminalização, para 21% em 1997, já em segundo nas opções, para apenas 11% na pesquisa atual... " [2].
Paradoxalmente, estamos vendo parte do governo e de ONGs feministas numa busca frenética da liberação total do aborto. Por iniciativa do governo federal, foi instalada uma Comissão Tripartite para rever a legislação punitiva de tal crime. A Comissão foi composta por três partes: a primeira, abortistas do Poder Executivo; a segunda, abortistas do Poder Legislativo; a terceira, abortistas das ONGs financiadas com muitos dólares "representando" (?) a sociedade civil. Lamentavelmente, a Associação Nacional Mulheres pela Vida não foi convidada. O anteprojeto (ou "proposta normativa") resultante do trabalho de tal Comissão dificilmente poderia ter saído pior.
No dia 27 de setembro de 2005, a secretária especial de políticas para mulheres Nilcéia Freire, diretamente subordinada ao Presidente da República, entregou à Câmara dos Deputados a "proposta normativa" que " estabelece o direito à interrupção voluntária da gravidez, assegura a realização do procedimento no âmbito do sistema único de saúde, determina a sua cobertura pelos planos privados de assistência à saúde e dá outras providências " [3].
Segundo o texto da justificação, " a grande inovação da proposta [...] diz respeito à consagração da interrupção voluntária da gravidez como um direito inalienável de toda mulher [grifo nosso] , prevista no primeiro artigo da proposição ".
Diz o mesmo texto que o anteprojeto " propõe ampla descriminalização do procedimento [grifamos], com exceção daquele provocado contra a vontade da mulher. Dessa forma, revoga os artigos 124 a 128 do Código Penal, exceto o art. 125... "Em outras palavras: o anteprojeto revoga todas as hipóteses de crime de aborto previstas no Código Penal, com apenas duas exceções: quando o aborto é praticado contra a vontade da gestante e quando do aborto resulta lesão corporal ou morte da gestante. De acordo com a proposta, a criança por nascer deixa de ter qualquer proteção penal . Só a gestante é considerada sujeito de direitos.
O artigo 3° estabelece condições para que o aborto seja feito: até doze semanas de gestação (três meses) por simples deliberação da gestante; até vinte semanas de gestação (cinco meses) se a gravidez resultou de crime contra a liberdade sexual (entre os quais, o estupro); até nove meses, se houver "grave risco à saúde da gestante"; também até nove meses em caso de má-formação fetal. As previsões, portanto, são amplíssimas.
E se alguém descumprir essas condições? Por exemplo: se uma gestante de oito meses decidir esquartejar seu bebê simplesmente porque não quer dar à luz, o que acontecerá? Nada. Absolutamente nada. Desde que o aborto seja feito com seu consentimento, nem ela nem o médico responderão criminalmente.
Ou seja: as pouquíssimas restrições impostas pelo artigo 3° na verdade são nulas. Sabedores de que a população repudia com mais veemência o aborto quando feito contra um bebê no final da gestação, querem enganar a sociedade, deixando-a acreditar que o aborto por livre vontade da mãe só poderia ser feito até três meses, quando, em verdade, sua inobservância não trará qualquer sanção penal. Em outras palavras: o anteprojeto libera totalmente o aborto no País.
A quem isso interessa?
É de causar perplexidade o que está no artigo 4°: os planos privados de saúde serão obrigados a cobrir as despesas com aborto. Poderão eles excluir procedimentos obstétricos, mas não poderão excluir "os necessários à interrupção voluntária da gravidez realizada nos termos da lei " (sic).
Pasmem!
Para o governo, o aborto provocado é mais importante que o nascimento!
A morte tem prioridade sobre a vida!
A quem isso interessa?
Mortes maternas
Uma das fraudes mais utilizadas para defender a legalização do aborto é dizer que muitas gestantes morrem por causa de "abortos mal feitos". A solução seria legalizar tal prática, que garantiria às grávidas o acesso ao "aborto seguro". Raciocínio análogo levaria à conclusão de que seria necessário legalizar o roubo, a fim de evitar que ladrões inexperientes, atuando à margem da lei, acabassem morrendo em "roubos mal feitos". Por uma questão de isonomia, todos teriam direito a um "roubo seguro".
Deixando de lado, porém, o mérito de tal argumento pró-aborto, examinemos quantas mulheres morrem a cada ano em decorrência de abortos. Centenas de milhares? Dezenas de milhares? Alguns milhares? Nada disso. Veja-se a tabela abaixo, extraída do Departamento de Informação e Informática do SUS - DATASUS [4]:
Número de mulheres mortas em gravidez que terminou em aborto
Ano
2000 - 128
2001 - 148
2002 - 115
Como se percebe, o número anual de mortes maternas em decorrência do aborto não chega a duzentos! E este número pode ser reduzido a zero se o governo, ao invés de incentivar, combater a prática do aborto.
Uma outra fraude correlata é a afirmação de que, nos países em que o aborto é legal, a morte materna é bem menor do que nos outros, onde ele é proibido.
Ora, "mais de 59% das mortes maternas do mundo ocorrem nos países que têm as leis menos restritivas. Na Índia, por exemplo, onde existe uma legislação que permite o aborto em quase todos os casos desde 1972, é onde mais mortes maternas ocorrem. A cada ano, registram-se cerca de 136.000 casos, equivalentes a 25% do total mundial, que para o ano 2000 se calculou em 529.000" [5].
"Nos países desenvolvidos também se pode ver que não há uma correlação entre a legalidade do aborto e os índices de mortalidade materna. A Rússia, com uma das legislações mais amplas, tem uma taxa de mortalidade materna alta (67 por 100.000 nascidos vivos), seis vezes superior à média.
Em contraste, a Irlanda, onde o aborto é ilegal praticamente em todos os casos, possui uma das taxas de mortalidade materna mais baixas do mundo (5 por 100.000 nascidos vivos), três vezes inferior à do Reino Unido (13 por 100.000 NV) e à dos Estados Unidos (17 por 100.000 NV), países onde o aborto é amplamente permitido e os padrões de saúde são altos" [6].
A quem, portanto, interessa legalizar o aborto?
Para esclarecer o que está por trás de tudo isso, convém que leiamos um documento, hoje não mais confidencial, de 10 de dezembro de 1974, de autoria do então secretário de Estado Henry Kissinger, intitulado National Security Study Memorandum 200 (abreviadamente NSSM 200):
Implications of Worldwide Population Growth for US Security and Overseas Interests. Em bom português: Memorando de Estudo de Segurança Nacional 200: Implicações do Crescimento Populacional Mundial para a Segurança e os Interesses Ultramarinos dos Estados Unidos. O documento, conhecido como Relatório Kissinger, foi entregue pelo Conselho Nacional de Segurança dos Estados Unidos ao presidente americano Gerald Ford. Somente em 1989 a Casa Branca desclassificou o documento, que agora é de domínio público. Nesse relatório afirma-se que o crescimento da população mundial é uma ameaça para os Estados Unidos, e que é preciso controlá-la por todos os meios: anticoncepcionais, esterilização em massa, criação de mentalidade contra a família numerosa, investimento maciço de milhões de dólares em todo o mundo.
Henry Kissinger percebeu o que há quatro milênios o Faraó do Egito já percebera: a população é fator de poder. Seu simples crescimento numérico já é assustador: "Eis que o povo dos filhos de Israel tornou-se mais numeroso e mais poderoso do que nós. Vinde, tomemos sábias medidas para impedir que ele cresça´. [...]. Então o Faraó ordenou a todo o seu povo: ´Jogai no Rio [o Nilo] todo menino que nascer. Mas deixai viver as meninas´ " [7].
Para tentar impedir o crescimento demográfico dos países pobres, mantendo-os sob o domínio econômico e político dos países desenvolvidos, já se realizaram várias Conferências Mundiais: em Bucareste, Romênia (1974), na cidade do México (1984) e no Cairo (Egito, a terra do Faraó!) em 1994.
O Relatório Kissinger concentra seu plano de controle demográfico em treze países-chave, entre os quais, o Brasil:" A assistência para o controle populacional deve ser empregada principalmente nos países em desenvolvimento de maior e mais rápido crescimento onde os EUA têm interesses políticos e estratégicos especiais. Estes países são: Índia, Bangladesh, Paquistão, Nigéria, México, Indonésia, Brasil , Filipinas, Tailândia, Egito, Turquia, Etiópia e Colômbia " [8].
O disfarce do controle demográfico foi cuidadosamente planejado:" Os EUA podem ajudar a diminuir as acusações de motivação imperialista por trás do seu apoio aos programas populacionais declarando reiteradamente que tal apoio vem da preocupação que os EUA têm com:
a) o direito de cada casal escolher com liberdade e responsabilidade o número e o espaçamento de seus filhos e o direito de eles terem informações, educações e meios para realizar isso; e
b) o desenvolvimento social e econômico fundamental dos países pobres nos quais o rápido crescimento populacional é uma das causas e consequência da pobreza generalizada " [9].
É forçoso reconhecer que a afirmação repetida de tais inverdades acabou penetrando nas mentes brasileiras, que não enxergam a torpe motivação imperialista das políticas antinatalistas. A instrumentalização das mulheres também está prevista no Relatório Kissinger, motivo pelo qual os grupos feministas são sobejamente financiados por instituições de controle demográfico:" A condição e a utilização das mulheres nas sociedades dos países subdesenvolvidos são de extrema importância na redução do tamanho da família. Para as mulheres, o emprego fora do lar oferece uma alternativa para o casamento e maternidade precoces, e incentiva a mulher a ter menos filhos após o casamento... As pesquisas mostram que a redução da fertilidade está relacionada com o trabalho da mulher fora do lar... " [10].
Na Conferência de Pequim (ou Beijing) sobre a Mulher, de 1995, investiu-se enormemente, em nível internacional, para compelir os países a legalizarem o aborto, reconhecendo-o como um "direito da mulher". De fato, o Relatório Kissinger considera o aborto como crucial para o controle demográfico. Eis suas palavras textuais:" Certos fatos sobre o aborto precisam ser entendidos: nenhum país já reduziu o crescimento de sua população sem recorrer ao aborto " [11].
Em Brasília, atua um eficiente "lobby" pró-aborto chamado CFEMEA (Centro Feminista de Estudos e Assessoria). Essa ONG monitora cuidadosamente as proposições legislativas do Congresso Nacional e está sempre alerta para as estratégias mais favoráveis para a aprovação de projetos pró-aborto. Vejamos o que o CFEMEA diz de si mesmo:" Desde 1992, o Centro Feminista desenvolve o Programa Direitos da Mulher na Lei e na Vida, [...]. O Programa assumiu a feição de Implementação das Plataformas de Beijing´95 e Cairo´94 no Brasil em 1995. Para realizar este trabalho, o CFEMEA conta com o apoio de organizações da cooperação internacional " [12] (grifo nosso).
As organizações da cooperação internacional que financiam o CFEMEA - e também vários outros grupos pró-aborto - são, entre outras, a Fundação Ford, a Fundação Mac Arthur, o Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP) e o Fundo das Nações Unidas para a Mulher (UNIFEM). Isso explica porque as feministas, embora em número reduzidíssimo, conseguem tanto espaço nos meios de comunicação social, dando a entender que representam o pensamento "da mulher".
O imenso empenho do governo em favorecer o aborto pode ser explicado, em parte, pela submissão aos organismos multilaterais de crédito, como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional. De fato, tais instituições financeiras "condicionam toda ajuda econômica externa ao cumprimento de metas demográficas pautadas em cada empréstimo" [13].
Está em julgamento perante o Supremo Tribunal Federal a famosa Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental n. 54 (ADPF 54), que pretende que a Suprema Corte declare, com eficácia contra todos e efeito vinculante, que o aborto de bebês anencéfalos não constitui aborto, mas mera "antecipação terapêutica de parto" (ATP, na linguagem dos abortistas). Convém lembrar que, em tal ação, o Instituto ANIS, uma ONG pró-aborto muito atuante, já na petição inicial, oferece-se para ser admitido no feito como " amicus curiae ". Por coincidência, o ANIS [14], dirigido pela antropóloga Débora Diniz, é financiado pelas Fundações Ford e Mac Arthur, que também financiam o CFEMEA.
O plano de se obter a liberação do aborto eugênico (apelidado, eufemisticamente, de ATP) por via judicial não é novo. Periodicamente o Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP) publica um relatório ("inventory") acerca dos projetos de população ("population projects") em todo o mundo, Na edição de 1996, na seção relativa ao Brasil, tal documento relatava uma doação da Fundação Mac Arthur de US$ 72.000 para " promover a discussão e demonstrar, com base em julgamentos anteriores, que se pode obter decisão da Justiça para interromper a gravidez no caso de sérias anomalias do feto. Duração: três anos. 1996-1999 " [15].
É impossível, nesse curto espaço, enunciar todas as estratégias e desmascarar todas as fraudes empregadas para obter o domínio político de nosso país, impedindo que o Brasil gere brasileiros. Aos interessados em aprofundar o tema, recomendo o excelente livro do jurista argentino Jorge Scala, intitulado "IPPF: a multinacional da morte", recentemente traduzido para o português. A IPPF (Federação Internacional de Planejamento familiar) é a maior rede privada de controle de natalidade, com sede em Londres e filiais espalhadas em cerca de 180 países, entre os quais o Brasil, cuja filial chama-se BEMFAM. A IPPF dispõe no Brasil de um braço legislativo chamado Grupo Parlamentar de Estudos em População de Desenvolvimento (GPEPD), um poderoso - e bem financiado - lobby composto de parlamentares encarregados de transformar em lei os planos antinatalistas.
De lege ferenda
Na qualidade de mulher e de promotora de justiça, constato que, de todos os crimes contra a vida, o aborto é o mais paradoxal, o mais covarde de todos os assassinatos.
Os meios empregados são insidiosos ou cruéis , incluindo envenenamento, tortura ou asfixia (art. 121, §2°, III, CP). O ofendido sempre é absolutamente indefeso (art, 121, §2°, IV, CP). É praticado contra um descendente (art. 61, II, e, CP), contra uma criança (art. 61, II, h, CP) e, muitas vezes, por um médico que tem por ofício o dever de defender a vida (art. 61, II, g, CP). No entanto, a pena é ridiculamente pequena. Tão pequena que o autor pode beneficiar-se da suspensão condicional do processo (art. 89 da Lei 9099/1995). Embora o aborto seja a violação do mais precioso bem jurídico - a vida - praticado contra o mais inocente e indefeso dos entes humanos - a criança por nascer - ele não foi até hoje colocado na lista dos crimes considerados hediondos (Lei 8072/1990).
Se as feministas, instruídas por seus financiadores, têm sua "proposta normativa" para a revisão da lei penal do aborto, eu também tenho a minha. É uma sugestão simples que, se acolhida, colocará o Brasil na vanguarda da defesa dos direitos humanos:
Os artigos que incriminam o aborto (124 a 128) poderiam todos ser excluídos do Código Penal sem nenhum prejuízo para a tutela do nascituro, contanto que o caput do artigo 121 sofresse uma ligeira alteração:
Art. 121- Matar alguém, fora ou dentro do organismo materno .Assim haveria total equiparação entre nascidos e nascituros quanto à violação do direito à vida, acabando-se, de uma vez por todas, com qualquer forma de preconceito de lugar (dentro ou fora do organismo materno). Essa nova redação incriminaria também quem concorresse, por ação ou omissão, para a morte do bebê. A modalidade culposa do aborto seria também punível, admitindo-se, porém, o perdão judicial (art. 121, §5°, CP). Obviamente qualquer aborto doloso seria, então, homicídio qualificado, o que desestimularia os matadores de criancinhas a abrir o lucrativo negócio de uma clínica de abortos. O que vem ocorrendo, entretanto, é uma extrema eficiência das estratégias dos aguerridos lutadores pelo "direito" ao aborto, que tão bem dissimulam o verdadeiro propósito, propagandeando a "nobre intenção de ajudar a mulher".


Notas
Disponível em <>DÁVILA, Sérgio. MANIR, Mônica. Posições extremadas sobre aborto e maconha surpreendem estudiosos. Folha de S. Paulo. São Paulo, 25 jan. 2004, Folha Especial.
A íntegra do anteprojeto está disponível em <>
Acessível a qualquer internauta em <>
Observatorio Regional para la Mujer de América Latina y el Caribe (ORMALC). Falsas creencias sobre el aborto y su relación con la salud de la mujer. Septiembre 2005. p. 3. Tradução nossa. Disponível em <>Idem.
Êxodo 1,8-10.22.
NSSM 200, Implications of Worldwide Population Growth for US Security and Overseas Interests, páginas 14 e 15, parágrafo 30. Tradução nossa.
NSSM 200, p. 115. Tradução nossa.
NSSM 200, p. 151. Tradução nossa.
NSSM 200, p. 182. Tradução nossa.
Ver <>
SCALA, Jorge. IPPF: a multinacional da morte. Anápolis: Múltipla Gráfica, 2004. p.16.
Ver <>
Fonte oficial: FNUAP - Inventory of Population Projects in Developing Countries Around the World – 1996. Tradução nossa.


Maria José Miranda Pereira
promotora de Justiça do Tribunal do Júri de Brasília (DF), membro da Associação Nacional Mulheres pela Vida
Publicado no Portal da Família em 23/08/2006
Original em: http://culturadavida.blogspot.com/2008/08/aborto-quem-interessa.html

domingo, 10 de agosto de 2008

A única liberdade que salva é a cristã

Não é verdade que haja oposição entre ser bom católico e servir fielmente a sociedade civil. Assim como não há razão para que a Igreja e o Estado entrem em choque, no exercício legítimo da sua autoridade respectiva, voltados para a missão que Deus lhes confiou. Mentem - isso mesmo: mentem! - os que afirmam o contrário. São os mesmos que, em aras de uma falsa liberdade, quereriam "amavelmente" que nós, os católicos, voltássemos às catacumbas. (Sulco, 301)
Escravidão por escravidão - se de qualquer modo temos de servir, já que, quer o admitamos ou não, essa é a condição humana - nada melhor do que sabermo-nos, por Amor, escravos de Deus. Porque nesse momento perdemos a situação de escravos para nos convertermos em amigos, em filhos. E aqui se manifesta a diferença: enfrentamos as honestas ocupações do mundo com a mesma paixão, com o mesmo empenho que os outros, mas com paz no fundo da alma; com alegria e serenidade, mesmo nas contrariedades. Porque não depositamos a nossa confiança no que passa, mas no que permanece para sempre. Não somos filhos da escrava, mas da livre (Gl 4, 31).
Donde nos vem essa liberdade? De Cristo, Senhor Nosso. Esta é a liberdade com que Ele nos redimiu (Cfr. Gl 4, 31). Por isso nos ensina: Se o Filho vos obtiver a liberdade, sereis verdadeiramente livres (Jo 8, 36). Nós, cristãos, não temos que pedir emprestado a ninguém o verdadeiro sentido deste dom, porque a única liberdade que salva o homem é cristã.
Gosto de falar da aventura da liberdade, porque é assim que se desenvolve a vossa vida e a minha: livremente - como filhos, insisto, não como escravos -, seguimos a senda que o Senhor marcou a cada um de nós. Saboreamos essa liberdade de movimentos como uma dádiva de Deus.(…) Somos responsáveis perante Deus por todas as ações que praticamos livremente. Não são possíveis aqui os anonimatos; o homem encontra-se diante do seu Senhor, e depende da sua vontade resolver-se a viver como amigo ou como inimigo. Assim começa o caminho da luta interior, que é tarefa para toda a vida, porque, enquanto durar a nossa passagem pela terra, ninguém terá alcançado a plenitude da sua liberdade. (Amigos de Deus, 35-36)

São JoseMaria Escrivá

sábado, 9 de agosto de 2008

FAMÍLIA: DEZ MANDAMENTOS

A segunda semana do mês de agosto é a semana da família. Vamos refletir sobre um conjunto de dez mandamentos que poderão ajudar a vivência familiar. Em primeiro lugar vejamos os ''dez desejos'' dos pais em relação a seus filhos.
Os pais desejam que seus filhos:
  1. cresçam e sejam felizes, realizados e respeitem a si mesmos e aos outros.
  2. Estudem e saibam ter auto-estima, sintam-se capazes e úteis aos outros e satisfeitos no trabalho.
  3. Tenham uma vida sadia no plano físico, psíquico, espiritual. Não tenham vícios.
  4. Sejam responsáveis, tenham disciplina e conheçam os valores.
  5. Nas dificuldades não percam a confiança conservando a paz interior e o desejo de vencer os problemas.
  6. Não alimentem sentimentos de culpa em relação ao passado, medo do futuro, mas vibrem com o presente.
  7. Sejam positivos e colaborem na vida familiar, pois os pais também aprendem com os filhos.
  8. Evitem más companhias, tenham coragem de corrigir o que é mau e decidir pelo bem.
  9. Sejam sensíveis com os outros, saibam partilhar, sejam solidários superando todo egoísmo.
  10. Não percam o bom humor, saibam desdramatizar os problemas e buscar ajuda, para serem cidadãos construtores da sociedade nova mais humana e justa.
Vejamos agora as ''dez maneiras'' de os pais estragarem seus filhos:
  1. Dar tudo o que os filhos quiserem.
  2. Achar graça quando disserem nomes feios.
  3. Nunca dar orientação religiosa.
  4. Juntar tudo o que eles deixam jogado e desarrumado.
  5. Discutir e brigar na presença deles.
  6. Abarrotá-los de brinquedos, dinheiro, mimos, superproteção.
  7. Não exigir nada, satisfazer todos os seus desejos.
  8. Dar-lhes sempre razão, toando sempre seu partido, desculpá-los sempre.
  9. Estar sempre ausente, não acompanhar, acomodar-se, omitir-se.
  10. Nunca elogiar, não dar carinho, não ter tempo e vingar-se.
Quais são os ''dez mandamentos'' do casal?
  1. Nunca dramatizar os defeitos, mas saber elogiar as qualidades.
  2. Nunca gritar um com o outro, nem fechar-se, mas sempre dialogar.
  3. Saber ceder, saber perder, saber recomeçar perdoando sempre.
  4. Dizer a verdade com amor.
  5. Nunca humilhar o outro, principalmente diante de outras pessoas.
  6. Não culpar, nem ridicularizar o outro recordando erros do passado.
  7. Nunca ser indiferente ''gelando'' o outro. A indiferença dói mais que uma bofetada.
  8. Nunca ir dormir sem perdoar.
  9. Admitir as próprias limitações e procurar melhorar. É o dom da autocrítica.
  10. Rezar juntos, rir juntos, passear juntos e lembrar-se que quando um não quer, dois não brigam.
Por fim analisamos os ''dez mandamentos'' para construir uma família ideal:
  1. Respeito mútuo na vivência cotidiana.
  2. Sinceridade no falar e agir.
  3. Generosidade nas tarefas da família.
  4. Alegria e senso de humor que gera visão otimista e positiva de vida.
  5. Tolerância que é resultado da cordialidade e da compreensão.
  6. Consciência da dignidade da pessoa gerando relacionamentos de igualdade.
  7. Flexibilidade para evitar rigorismos e permissividade.
  8. Fidelidade cumprindo as responsabilidades e deveres.
  9. Simplicidade e calor humano que leva a desdramatizar os problemas e encontrar soluções para as dificuldades.
  10. Confiança nas pessoas e nas suas capacidades o que gera esperança e amor em quatro direções: diálogo, perdão, ternura e oração.
A semana da família deste ano, em consonância com a Campanha da Fraternidade desenvolve o tema: ''Escolhe pois a vida''. Colocar nossa vida a serviço da promoção da vida dos irmãos é a nossa maior alegria, realização, vocação. Que nossos pais sejam o reflexo do amor de Deus, o Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo. A eles nossa gratidão, colaboração, perdão e oração.



DOM ORLANDO BRANDES é arcebispo de Londrina

http://www.bonde.com.br/folha/folhad.php?id=5240LINKCHMdt=20080809

Sabedoria Médica

Recebi por e-mail e acho importante compartilhar... começa como se fosse uma piada... mas é assunto sério!




Uma mulher chega apavorada no consultório de seu ginecologista e diz:
- Doutor, o sr. terá de me ajudar num problema muito sério. Este meu bebê ainda não completou um ano e estou grávida novamente. Não quero filhos em tão curto espaço de tempo, mas num espaço grande entre um e outro...
E então o médico perguntou :
- Muito bem. E o que a senhora quer que eu faça?
A mulher respondeu :
- Desejo interromper esta gravidez e conto com a sua ajuda.
O médico então pensou um pouco e depois do seu silêncio disse para a mulher:
- Acho que tenho um método melhor para solucionar o problema. E é menos perigoso para a senhora.
A mulher sorriu, acreditando que o médico aceitaria seu pedido.
E então ele completou:
- Veja bem, minha senhora, para não ter de ficar com os dois bebês de uma vez, em tão curto espaço de tempo, vamos matar este que está em seus braços. Assim, a senhora poderá descansar para ter o outro, terá um período de descanso até o outro nascer. Se vamos matar, não há diferença entre um e outro. Até porque sacrificar este que a senhora tem nos braços é mais fácil, pois a senhora não correrá nenhum risco...
A mulher apavorou-se e disse :
- Não doutor! Que horror! Matar um criança é um crime!
- Também acho minha senhora, mas me pareceu tão convencida disso, que por um momento pensei em ajudá-la.
O médico sorriu e, depois de algumas considerações, viu que a sua lição surtira efeito. Convenceu a mãe que não há menor diferença entre matar a criança que nasceu e matar uma ainda por nascer, mas já viva no seio materno.
O CRIME É EXATAMENTE O MESMO!!!!!

sábado, 14 de junho de 2008

Quatro atos positivos e negativos da palavra

  • Dom Orlando Brandes
O mau uso da palavra gera mal-entendidos, meias-verdades, agressões e guerras.
1. A franqueza. É a transparência e a veracidade no falar, pois nossa comunicação não é só de idéias, mas também de sentimentos. A franqueza não significa grosseria, mas sinceridade com caridade. É a catarse, o desabafo, a verbalização do que se passa no íntimo. Fala-se com o coração. As pessoas verazes não sofrem de úlceras gástricas, nem de desconfiança, fechamento, inibição. Elas têm o dom da comunicação verbal e não-verbal. A franqueza facilita o diálogo, porque é transparência, não tem segundas intenções, faz jogo limpo. A lealdade e a fidelidade no falar granjeiam simpatia, confiança e bom relacionamento.
2. O elogio. É um ato de justiça, reconhecimento e gratidão. Confirma o bem, eleva as pessoas, promove a verdade, reconhece os valores. O elogio vale ouro. É uma verbalização do amor e da verdade. É um gesto de carinho, um toque de ternura que só pode fazer bem e multiplicar a virtude. O bem deve ser notado, valorizado e publicado. Pelo elogio as pessoas adquirem motivação, inspiração e incentivo para perseverar no bem, na virtude, na verdade. O elogio é uma bênção porque é dizer o bem, bendição.
3. A escuta. A palavra se origina no pensamento, no deserto, no silêncio, na escuta. É do interior que brotam as palavras. Quem sabe ouvir, escutar, silenciar, está se comunicando e falando através da comunicação não verbal e está valorizando a palavra de quem se comunica. Ouvir é compreender, é acolher, é integrar-se. Escutar é parte integrante do diálogo.
4. A clareza. Falar claro é falar com sinceridade, com o coração, mas também é ter boa dicção para ser compreendido, é falar com simplicidade, concisamente, sinteticamente. Clareza é transparência, como também, é boa dicção, lógica, expressão verbal audível, que possibilita a interação das pessoas. Falar baixo, ligeiro demais, com prolixidade, com palavras rebuscadas impede a espiral da comunicação que é: escutar, compreender, falar, agir. Falar na hora certa, do jeito certo, a palavra certa nem sempre é fácil. O mau uso da palavra gera mal-entendidos, meias-verdades, incompreensões, agressões e guerras. Há palavras que ferem como punhal, queimam como fogo, infernizam a vida.
Quatro são os atos negativos da palavra, ou seja, o mau uso da língua, os entraves na comunicação.
1. A mentira. Consiste em falar o contrário das nossas convicções, geralmente em nosso proveito, prejudicando o próximo e até usando Deus como testemunha. É a perversão do diálogo, intenção de enganar, a distorção dos fatos, falsificação da verdade. A mentira destrói a confiança, acoberta a corrupção, manipula a fidelidade. Mesmo pequena a mentira tem força satânica. É impossível a convivência onde reina a mentira. Manter mentiras custa caro e no final, tudo desaba. O reino da mentira fecunda a duplicidade, a falsidade, a desconfiança. A mentira hoje é onipresente e tudo corrompe.
2. A discórdia. É a maledicência, a fofoca, a cizânia, o mexerico, verdadeiros pecados da língua como diz a Bíblia. Tudo isso fere a dignidade humana, o direito à honra e à privacidade, o direito à fama e ao bom nome, gerando divisões, separações, inimizades. A discórdia tem o nome de detração quando aumentamos os defeitos dos outros, revelamos o oculto, calamos maliciosamente quando deveríamos falar, culpamos inocentes, interpretamos o bem negativamente. Nas épocas de eleições estas coisas acontecem com requintes de crueldade, baixaria, desumanidade, violência.
3. O insulto. Consiste em humilhar as pessoas diretamente e diante de terceiros. O insulto é humilhação e depreciação, rebaixamento e aviltamento. Tem o nome de contumélia quando os defeitos são ditos na bochecha, jogados no rosto de forma agressiva, depreciativa. O insulto tem sabor de vingança, raiva, ódio, desforra, e pessoas são difamadas e humilhadas em público. A boa fama deve ser restituída. Toda pessoa tem este direito.
4. A tagarelice. É a demagogia, o palavrório, a falação, a retórica. Tagarelice é falar sem fundamento, dizer sem viver, sem testemunhar. As prédicas sem práticas, os discursos sem as obras, as falas sem escuta, a lábia enganosa, a linguagem inautêntica, o blábláblá sem sentido, etc., tudo é tagarelice, mau uso da palavra, inflação de sons. O tagarela fala da boca para fora, não cultua o silêncio, a interioridade, a transparência. Entra em contradição, diz o que não vive, quer convencer à força de palavras. ''Este povo me louva com os lábios, mas seu coração está longe de mim'' (Mt 15,8).

DOM ORLANDO BRANDES é arcebispo de Londrina



FONTE: FOLHA DE LONDRINA - 14/06/2008 - 1º caderno - página 02

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Brasil - Estado Laico

OK.
Insistem tanto nessa palavra "LAICO"...
O Brasil é um país Laico e assim sendo, não precisa ouvir a opinião de nenhuma religião - muito menos a dos Católicos!
Sendo Laico o estado brasileiro, guia-se pela sua própria orientação, seja ela qual for.
Reclamam esta laicidade para justificar experiências com embriões, e justificarão da mesma forma o aborto, casamento gay, liberação da maconha, e qualquer outro atentado a vida humana.
Mas ninguém, NINGUÉM FALA NADA QUANDO HÁ UM FERIADO RELIGIOSO. Todos os defensores da laicidade do estado ficam quietinhos para poder emendar seu final de semana no shopping, na montanha ou na praia... afinal, ninguém é de ferro e Deus, apesar da laicidade do Estado, é brasileiro!!!
Oras bolas, porque não deixam de ser hipócritas, e sejam mais sérios em sua LAICIDADE?
Deixem os feriados religiosos SOMENTE PARA QUEM É RELIGIOSO. Respeitem a liberdade de cada um, mas NÃO SE APROVEITEM DAQUILO QUE LHE CONVÉM SOMENTE QUANDO LHE CONVÉM!!!
Por favor, aquele que se diz Laico Como o Estado, não folgue nos feriados religiosos... trabalhem, pois o Brasil Laico precisa de seu sangue e suor e nós, religiosos, não queremos compartilhar NOSSO FERIADO com a sua hipocrisia.

Deus que nos perdoe...

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Cristãos em Luto

Estamos de luto. Não só Católicos, mas todos cristãos estão de luto. Pelo menos aqueles que se consideram Cristãos, filhos de Deus, irmãos de Cristo, devem sentir-se assim.

O Brasil acaba de aprovar a Pena de Morte para os inocentes embriões humanos que estão condenados, a partir de agora, ao tubo de ensaio e todas as dores e sofrimentos que estes puderem lhe causar.

Negaram-lhes o céu, o sol e as estrelas, o mar, o riso, as lágrimas, o amor, o prazer e condenaram-lhes somente à dor.

E assim, está aberto o caminho para a pesquisa com embriões, justificando-se de que eles não são nada - são coisas; objetos inanimados que servem apenas para experimentos.

A partir de hoje centenas de milhares de pessoas estão impedidas de nascer, sem o direito à sua defesa - simplesmente condenadas ao tubo de ensaio - ; pior, estão condenadas à fornecer suas células - aquelas que formariam seus braços, pernas, pés, cérebros e qualquer órgão - para serem utilizados nas experiências que os cientistas decidirem se debruçar.

A humanidade segue para um triste caminho: o da insensibilidade, o da insensatez.

"Uma mentira repetida um milhão de vezes torna-se uma verdade", já dizia meu finado avô. Ele tinha razão. Ainda tem. Eu atrevo-me a remendá-lo: "uma barbaridade repetida um milhão de vezes torna-se uma banalidade".

Acostuma-se com a morte até banalizá-la; assim, a medida que as pessoas passam a achar comum matar, seja por qual motivo for, está aberto o caminho da insensatez: a morte justificada pela vida; matar para viver... e depois dizem que os obscurantistas somos nós! Tenha a Santa Paciência...

Com esse passo, abre-se o caminho largo em direção ao aborto indiscriminado, para então eliminar aqueles embriões "defeituosos" - portadores de síndromes, doenças complicadas, por vezes incuráveis, por outras vezes de tratamento despendiosos que comprometerá os orçamentos das empresas de seguro saúde; até chegarmos a produção de embriões puros, geneticamente impecáveis, sem doenças, brancos ou negros ou da cor que estiver "na moda", e vai por aí afora. Está aberta a temporada da produção do Homem Perfeito, a Raça Perfeita. Ariana? Branca? Amarela? Vermelha? Negra? Quem viver, verá!

Aqueles filmes de ficção científica começam a tomar corpo: a escolha do seu filho como se escolhe um vidro de palmitos numa gôndola de supermercado.

O controle de natalidade exageradamente severo - à custa do sacrifício de nascituros, abortos, etc, preferencialmente das mulheres pobres, já que essas é que estão expostas aos riscos das clínicas de aborto clandestinas. Além disso, a comida deve faltar (já estão anunciando) e as mesas dos poderosos não poderão ser diminuídas para alimentar os pobres e famintos da periferia; controla-se os nascimentos e gera-se renda através da compra de seus embriões e fetos sob o pretexto de alimentar as pesquisas científicas, que garantirão um futuro melhor para toda a humanidade.

Já as mulheres ricas, poderão fazer seu aborto sem esconder-se, pois este, uma vez legalizado, vai virar motivo de status; além de aumentar ainda a indiferença e a irresponsabilidade com o sexo casual.

O cortejar, que transformara-se no namorar, que era seguido do noivar (que atualmente está em desuso), transfigurou-se no ficar das gerações atuais(já caido em desuso), será sinônimo de "sexar", "carimbar", ou seja lá que nome será dado para as orgias indiscriminadas, daonde surgirão mais e mais material para sustentar a indústria científica.





Estou sendo muito cruel e duro nas palavras. Desculpe-me se ofendi alguém mais sensível. Mas o temor que me assombra, a visão de um futuro horrível que me vem à mente deixa-me indignado com a insensatez daqueles que poderiam mudar o curso desta história hedionda.

É possível que deste texto, deste desabafo, chovam muitas indignações, muitos adjetivos condenando-me, assim como já condenam a igreja Católica. Pouco me importa. O que tenho plena certeza é que não estou errado em minhas convicções. Por isso falo, escrevo e despejo tudo isso aqui.





A Igreja Católica está na mira, como sempre esteve. Continua. E, certamente, continuará, pois nossa convicção (que é contrária a de muitos) é eterna: a Verdade é uma só: aquela que Cristo ensinou e deixou para ser repassada geração após geração.

É moda dizer que "os católicos" são isso ou aquilo, como se "os católicos" fossem um bichão perigoso com sete cabeças, "perigoso ao progresso", uma doença contagiosa, um desejo de viver no escuro, ou sei lá o que mais fantasiam por aí. A verdade é que estamos no centro, na mira, no alvo.

Já fomos jogados aos leões, como seres doentes e perigosos, contaminantes e descartáveis, inferiores àqueles que se julgavam donos da verdade e donos do mundo: manipulavam os trouxas às custas de pão e circo (nós éramos a diversão do circo); deleitavam-se nas mais profundas orgias como se fosse esse o caminho verdadeiro e correto. E dá-lhe cristão enroscados nos dentes dos leões.

Obscurantistas, esses cristãos. Sim, lá dentro da goela do leão é obscuro...
muito obscuro!

Os donos do mundo perderam-se nas suas orgias e acabaram-se engolidos por eles próprios.

A Verdade permaneceu. Sobreviveu.

E assim seguiu a humanidade. Houve desvios dentro da própria Igreja? Sim, pois de homens ela é feita, e homens são criaturas imperfeitas. Mas nada que justifique qualquer acusação que desvalorize os objetivos nobres: a Igreja caminha sempre com o mesmo Norte, podendo errar por momentos, mas logo voltando aos trilhos.





Podem falar o que quiserem, mas o mundo está piorando a cada dia que se afasta mais e mais de Deus, de Cristo e seus ensinamentos. A cada dia que passa assistimos mais e mais: fomes, mortes, guerras, insegurança, corrupção, mentira, roubos, assassinatos horríveis, pais matando filhos e filhos assassinando pais, violências injustificadas, hedonismo, materialismo, doenças comportamentais, drogas, homosexualismo, etc. Tudo em detrimento do homem e da humanidade; o pior é que tudo é marketizado, vendido, embalado, e entregue ao consumidor como algo bom, algo que o progresso trouxe para melhorar a vida de todos, justificando-se: esses "desvios comportamentais" são apenas o "custo" do conforto para a maioria.

Assim também está sendo vendido a materialização da humanidade, a coisificação do homem. A Morte justificada pela tentativa de curar e trazer mais Vida.

Por mais que insistam na "obscuridade" dos católicos, é inegável que tudo o que pregamos em prol da paz, da fraternidade, da boa convivência, do respeito, do amor, e da vida está sendo combatido do modo mais perverso e enganador. E, o quanto mais mantiverem as pessoas hipnotizadas, sob o controle das falsas promessas mais fácil será dominá-las.





Se a família como unidade social estável fosse preservada, muitos dos atuais problemas sociais não existiriam; se os pais fossem respeitados pelos seus filhos dentro de seu núcleo familiar e pela sociedade toda, como autônomos em suas gestões, a violência seria comedida, os conceitos de vida e morte seriam claros, o respeito seria preservado, a vida seria mais simples e menos dolorida.

Mas não: ficou claro que, ao destruir o núcleo familiar, a sociedade se desmancha como o papel se dissolve na água; a família desestruturada: pais materialistas, individualistas, egoístas, promíscuos só podem deixar de herança para seus filhos o mesmo: ódio, insegurança, falta de limites, cultura da morte, hedonismo, corrupção, mentira, etc. O que sobra são seres humanos desprovidos de uma base psicológica que o sustente: são aqueles "limites" que tanto ouvimos falar que as crianças de hoje não tem. A falta dos tais limites, impõe ao ser humano em desenvolvimento uma insegurança enorme; ao mesmo tempo a falta de limites o expõe ao mundo precocemente, sem ter aprendido os mínimos valores sociais e culturais. Aí surgem os depredadores, violentos, reprimidos, tímidos ao extremo, inseguros e suicidas. Ou seja, um futuro desequilibrado para a sociedade em geral.

É certo que alguns núcleos permanecem... principalmente aqueles que cultivam valores cristãos - sejam católicos ou não. Também é certo que estamos diminuindo...

Assim, como a Igreja Católica tem "visualização", foi poderosa politicamente e cometeu erros no passado, é ela que vai para a forca agora.

Mas o orgulho, a insensatez, a vulgaridade que habita nas cabeças e corações de muitos homens impedem-los de enxergar o Mal crescendo e tomando conta do mundo.

Digam o que quiserem, mas destruindo a família, destruirão a humanidade.


E é contra tudo isso que devemos lutar.


Perdemos uma batalha, reconheço. Mas não perdemos a guerra... e, não tenham nenhuma dúvida de que estaremos mais fortemente armados para a próxima batalha desta guerra infinita.

NOTA DA CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL SOBRE A DECISÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

Quinta-feira, 29 de maio de 2008

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lamenta a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que julgou a validade constitucional do artigo 5o e seus parágrafos da Lei de Biossegurança, n. 11.105/2005, que permite aos pesquisadores usarem, em pesquisas científicas e terapêuticas, os embriões criados a partir da fecundação in vitro e que estão congelados há mais de três anos em clínicas de fertilização.

A decisão do STF revelou uma grande divergência sobre a questão em julgamento, o que mostra que há ministros do Supremo que, nesse caso, têm posições éticas semelhantes à da CNBB. Portanto, não se trata de uma questão religiosa, mas de promoção e defesa da vida humana, desde a fecundação, em qualquer circunstância em que esta se encontra.

Reconhecer que o embrião é um ser humano desde o início do seu ciclo vital significa também constatar a sua extrema vulnerabilidade que exige o empenho nos confrontos de quem é fraco, uma atenção que deve ser garantida pela conduta ética dos cientistas e dos médicos, e de uma oportuna legislação nacional e internacional.

Sendo uma vida humana, segundo asseguram a embriologia e a biologia, o embrião humano tem direito à proteção do Estado. A circunstância de estar in vitro ou no útero materno não diminui e nem aumenta esse direito. É lamentável que o STF não tenha confirmado esse direito cristalino, permitindo que vidas humanas em estado embrionário sejam ceifadas.

No mundo inteiro, não há até hoje nenhum protocolo médico que autorize pesquisas científicas com células-tronco obtidas de embriões humanos em pessoas, por causa do alto risco de rejeição e de geração de teratomas.

Ao contrário do que tem sido veiculado e aceito pela opinião pública, as células-tronco embrionárias não são o remédio para a cura de todos os males. A alternativa mais viável para essas pesquisas científicas é a utilização de células-tronco adultas, retiradas do próprio paciente, que já beneficiam mais de 20 mil pessoas com diversos tipos de tratamento de doenças degenerativas.
Reafirmamos que o simples fato de estar na presença de um ser humano exige o pleno respeito à sua integridade e dignidade: todo comportamento que possa constituir uma ameaça ou uma ofensa aos direitos fundamentais da pessoa humana, primeiro de todos o direito à vida, é considerado gravemente imoral.

A CNBB continuará seu trabalho em favor da vida, desde a concepção até o seu declínio natural.

Brasília, 29 de maio de 2008.

Dom Geraldo Lyrio Rocha
Arcebispo de Mariana
Presidente da CNBB


Dom Luiz Soares Vieira
Arcebispo de Manaus
Vice-Presidente da CNBB


Dom Dimas Lara Barbosa
Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro
Secretário-Geral da CNBB

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Declaração de Brasília

Brasília, 5 de maio de 2008

Nós, cientistas, parlamentares, juristas e lideranças nacionais de movimentos em defesa da vida humana, desde o seu início, temos a declarar o que segue sobre o que tem sido denominado de “pesquisa com células-tronco embrionárias humanas”.

Com base na referida expressão, se designa uma linha de pesquisa científica que interrompe em caráter definitivo e irreversível o desenvolvimento do ciclo vital de seres humanos nos primeiros dias de sua existência, ou seja, que os destrói e os mata. Entendemos que o ser humano – em todas as fases de sua vida – não pode ser manipulado como um objeto ou coisa, dispondo-se de sua vida, não importando a finalidade alegada. O conhecimento científico, consolidado internacionalmente, apresenta vasta bibliografia da ciência médica, especialmente da embriologia, expressando claramente que a vida de cada indivíduo humano se inicia com a fecundação, quando um espermatozóide (a célula germinativa masculina), penetre no ovócito ou óvulo (a célula germinativa feminina), determinando o patrimônio genético de um novo e irrepetível indivíduo da espécie. A partir desse momento estão definidos o sexo, as tendências físicas e psicológicas de um novo indivíduo ou pessoa humana. A natureza e a dignidade humanas são indissociáveis dos seres humanos, que só podem resultar de células germinativas humanas – constatação óbvia, mas que parece ignorada por muitos. A natureza e a indissociável dignidade humanas ou estarão presentes desde o início, ou seja, desde a fecundação, ou não estarão presentes nunca. É necessário reconhecê-las desde o primeiro instante, e que permanecem até a morte do indivíduo ou pessoa, que, como confirma o ensinamento da ciência médica, tem um desenvolvimento gradual, progressivo, sem saltos nem “metamorfoses”. Tal processo não se interrompe com o nascimento e prossegue até o início da idade adulta. Pretender classificar os seres humanos, desconsiderando sua realidade biológica e humanidade, adotando critérios utilitaristas ou de “investimento acumulado”, parece contrariar não só os dados da natureza, como também os da cultura nacional, incluído o Direito, que desde os primeiros projetos de codificação civil pátrios, no século XIX, reconhece e protege o nascituro e seus direitos “desde a concepção”. O direito à vida é o primeiro e o pressuposto de exercício de todos os demais direitos.

Pretende-se contrapor a vida dos embriões congelados na data da promulgação da Lei de Biossegurança, nº 11.105, de 24 de março de 2005, à terapia e cura de muitos que padecem de doenças graves em nosso País. Não temos receio em afirmar com toda ênfase, que tal dilema é falso; como consta de texto divulgado por 57 cientistas norte-americanos, em 27 de outubro de 2004, bastante atual: “Baseado nas evidências disponíveis, ninguém pode predizer com certeza se as células-tronco embrionárias humanas, em alguma época, produzirão benefícios clínicos, e, muito menos, benefícios que não sejam obtidos por outros meios menos problemáticos do ponto de vista ético”.

Ao contrário do que tem sido veiculado e acriticamente aceito pela opinião pública, as células-tronco embrionárias não são a grande promessa para gerar terapias. Na verdade, são as células-tronco adultas que têm produzido expressivos resultados, que se apresentam ainda mais promissores depois do desenvolvimento da técnica de indução de pluripotencialidade em células adultas. Como o assunto envolve sofisticado conhecimento técnico, as pessoas ficam mais vulneráveis à manipulação da informação. Diante disso, faz-se necessário esclarecer alguns aspectos básicos, que passamos a expor muito sucintamente:

  1. As células-tronco embrionárias são, em tese, capazes de gerar todos os tipos celulares humanos (chama-se a isso pluripotência). Apenas em tese, pois isso é o que ocorre in vivo, no desenvolvimento normal e natural do organismo. Entretanto, não existem dados experimentais efetivos que garantam que o mesmo possa ser alcançado in vitro, ou seja, em laboratório, após a destruição e morte dos embriões, dos quais são extraídas suas células para fins de pesquisa. Mais ainda: em termos de terapia, após 10 anos de intensas pesquisas em muitos países com alto padrão de desenvolvimento científico e investimentos de centenas de milhões de dólares, não há nenhum protocolo aprovado com células-tronco embrionárias humanas para testes em pacientes, ou seja, as células-tronco embrionárias humanas, por apresentar graves riscos à vida e saúde dos pacientes, sequer podem ser testadas em seres humanos. No modelo animal, essas células têm resultado na formação de teratomas, rejeição, entre outros problemas graves, não havendo, portanto, segurança para que se iniciem experimentações em seres humanos.
  2. Muito do atual conhecimento sobre o desenvolvimento embrionário, em termos moleculares, advém de estudos feitos com embriões de animais de laboratório.
  3. Todos os resultados terapêuticos positivos em seres humanos veiculados pela mídia têm sido obtidos com o uso de células-tronco adultas multipotentes, extraídas da medula óssea, do cordão umbilical e de outros tecidos. Já há mais de 20.000 pacientes em tratamento clínico, envolvendo pelo menos 73 doenças diferentes, em geral com bons resultados para a qualidade de vida dos pacientes.
  4. No segundo semestre de 2007, dois importantes trabalhos científicos, um dos quais de um grupo norte-americano liderado pelo Dr. Thomson (o primeiro a obter uma linhagem de células-tronco embrionárias humanas) e outro, coordenado pelo Dr. Yamanaka, no Japão, mostraram a possibilidade de se obter, a partir de células adultas do próprio paciente, células-tronco humanas pluripotentes sem destruir o embrião. Estes estudos levaram Ian Wilmut, o “criador” da ovelha Dolly, e uma das autoridades líderes no processo de clonagem por transferência nuclear em células somáticas, a anunciar que ele e sua equipe estavam abandonando, por questões técnicas, a pesquisa em clonagem para fixar-se na investigação de reprogramação celular, que em suas palavras, apresenta “muito mais potencial”.
  5. As chamadas células pluripotentes induzidas (iPCs, sigla do inglês), são obtidas diretamente de células adultas, acrescentando-se um pequeno número de fatores nestas células em laboratório. Estes fatores remodelam as células maduras convertendo-as em células-tronco com características funcionais equivalentes às células obtidas de embrião. Esta técnica pode ser usada, por exemplo, para gerar linhagens específicas de células-tronco para pacientes com doenças genéticas.
  6. A reprogramação de células humanas é um dos achados científicos mais significativos da atualidade; mais importante do que a clonagem da ovelha Dolly. Como diz o próprio Ian Wilmut, a reprogramação direta é “extremamente animadora e surpreendente”. O poder da reprogramação direta é tal que gera células-tronco geneticamente iguais às do paciente doador ( a partir de células da pele, por exemplo). Ainda têm a grande vantagem de não serem rejeitadas e comprovadamente não gerarem tumores, de acordo com o recente anúncio de resultado positivo em experiência científica feito em publicação especializada pelo grupo coordenado pelo Dr. Yamanaka em fevereiro de 2008. No mesmo mês, foi apresentada uma significativa melhora no método de obtenção das células iPC, num encontro sobre células-tronco, em Nova York, por John Sundsmo, presidente da PrimeGen, Irvine, CA, EUA. De acordo com Sundsmo, células de pele, de rim e retina incorporaram partículas de carbono que transportavam em suas superfícies proteínas responsáveis pela transformação destas células em células pluripotentes, mais rapidamente e com eficiência muito maior, sem ricos de produzirem cânceres e sem haver manipulação genética. O processo está sendo patenteado. A nosso ver têm sido pouco divulgadas, ou mesmo negadas, informações tão relevantes à população em geral e aos portadores de doenças graves e suas famílias. Na falta da informação correta e precisa, luta-se pela liberação dos experimentos com células-tronco embrionárias humanas, muitas vezes desconhecendo o fato de que estas, até agora, somente foram injetadas em camundongos, gerando rejeição e, com freqüência, tumores, não podendo, portanto sequer serem testadas em seres humanos, em razão dos graves riscos à saúde e mesmo vida dos pacientes que isso poderia implicar.
  7. Manifestamos nossa solidariedade aos portadores das diversas doenças que podem ser tratadas com as células-tronco adultas, com a linha de pesquisa dos fatores celulares, que também já tem dado resultados positivos, ou com as novas células-tronco pluripotenciais induzidas (iPCs), quando estiverem em fase de teste clínico, o que, confiamos e esperamos, possivelmente não deverá demorar, beneficiando assim os pacientes e seus familiares.
  8. Colocamos-nos solidários, também, com as crianças resultantes de fecundação in vitro e suas famílias. Entendemos que o único destino dessas meninas e meninos, conforme sua intrínseca e inalienável dignidade humana, é o mesmo que motivou sua fecundação, ou seja, serem filhas ou filhos, inseridos em uma família. Deve se buscar, pois, condições e soluções para que prossigam o seu ciclo vital, mediante implantação no útero de suas mães biológicas, ou de outras que os acolham ou adotem. O tempo de congelamento não é empecilho para tal, como foi demonstrado recentemente por Vinícius, com oito meses de nascido, após oito anos de congelamento, acolhido no útero de sua mãe, Maria Roseli. Ele é uma das mais de 400 crianças nascidas, após haverem sido crioconservadas (congeladas) “a maioria acima de três anos de congelamento”, em uma só clínica de fertilização. Esclarece o médico responsável pela clínica: “É uma loucura falarem que embrião congelado há mais de três anos é inviável. E isso não tem nada a ver com religião. A viabilidade é um fato e ponto.” (Folha de S. Paulo, 9 de março de 2008, “O Bebê que Saiu do Frio”). Vinícius e outras crianças que estiveram congeladas por mais de três anos o demonstram claramente.

Sendo o Brasil um país que não dispõe de grandes recursos para aplicação em pesquisa, é crucial que sejam bem empregados. No que se refere à busca de terapias, certamente o campo das células-tronco adultas é já uma realidade, e muito mais promissor para o futuro, conforme reconhecido por grandes cientistas internacionais. Verifica-se, do que foi exposto, que o respeito à vida e à dignidade do ser humano, que deve informar toda a pesquisa científica, não está dissociado de resultados terapêuticos positivos, mas sim a ele associado.

Assinam a declaração:

Dra. Alice Teixeira Ferreira – Professora Associada de Biofísica da UNIFESP/EPM na área de Biologia Celular

Dra. Cláudia Maria de Castro Batista – Professora do Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ

Dr. Cláudio Fonteles – Subprocurador Geral da República

Prof. Hermes Rodrigues Nery –Comissão Diocesana em Defesa da Vida e Movimento Legislação e Vida da Diocese de Taubaté - SP

Dr. Humberto Leal Viera – Presidente da Associação Nacional Pró-Vida-Família

Jaime Ferreira Lopes – Assessor Parlamentar

Dra. Lenise Aparecida Martins Garcia - Professora do Departamento de Biologia Celular da Universidade de Brasília

Dep. Luiz Bassuma – Deputado Federal – BA

Marco Antonio G. Araújo – Assessor Parlamentar

Dra. Maria Dolly Guimarães – Presidente da Federação Paulista dos Movimentos em Defesa da Vida de SP

Dep. Miguel Martini – Deputado Federal - MG

Dr. Paulo Fernando Melo Costa – Assessor Parlamentar

Dr. Paulo Silveira da Silva Martins Leão Junior – Presidente da União de Juristas Católicos do RJ

Dra. Renata Braga Klevenhusen - Coordenadora Adjunta do Programa de Pós-graduação em Direito da Universidade Estácio de Sá

Susy Gomes – Assessora Parlamentar

Dep. Dr. Talmir Rodrigues – Deputado Federal - SP

domingo, 11 de maio de 2008

Viva a Vida!!!

A vida humana é bela e formosa. É sagrada. Como pode nascer da união de duas minúsculas células algo tão completo e perfeito como o ser humano? Só não percebe quem não quer: a pureza e a grandiosidade desta transformação de duas “meias” células em um ser vivo dotado de uma inteligência crescente e que ganha sua autonomia enquanto se desenvolve, aprendendo tudo até poder desenvolver os mais complexos teoremas sobre o mundo e a própria vida.
Discutir o momento em que se inicia a vida em si é algo deveras mesquinho e interesseiro, que só pode estar a serviço do desejo de dominação sobre a vida de outrem.
O zigoto, antes de ser embrião, é autônomo desde quando surge, pois seu desenvolvimento acontece independente do desejo de quem o abriga; precisa sim de um local ideal e condições mínimas para se desenvolver da mesma forma como todos nós precisamos de um ambiente com um mínimo de suporte vital para sobrevivermos e nos desenvolvermos. É certo que o ser humano tem uma capacidade de adaptação imensa, mas que também é diferente a cada fase de sua vida e essas condições são também limitantes para a existência da vida. E cada um de nós é autônomo no que diz respeito à nossa vontade de viver, à nossa disposição de adaptarmo-nos ao ambiente que nos inserimos. Assim também é o embrião (ou zigoto, ou mórula, ou blástula, ou qualquer nome que se dê a qualquer fase em que esteja esse novo ser humano).
A vida que se desenvolve no útero de uma mulher não lhe pertence. Por mais que ela tenha tido lá sua responsabilidade na geração deste novo ser humano, ela não pode dispor dele da forma que lhe convier; ao contrário, é eternamente responsável por aquele que ela gerou. A responsabilidade sobre um ser não lhe confere o poder de determinar-lhe seu destino.
Os úteros de aluguéis que surgem e passam a ser alternativa para solucionar as dificuldades financeiras de uns e as dificuldades biológicas de outros mostram bem essa situação da autonomia do embrião: ele desenvolve-se na “mãe de aluguel”, mas não lhe pertence. Assim como em todas as gestações, o embrião é autônomo. Ele precisa apenas ser acolhido e alimentado para se desenvolver.
As alegações mesquinhas para justificar um o aborto, por mais diversa que ela seja, são todas de origem não humana: nem mesmo um animal pode ser tão frio e calculista para sacrificar seu próprio filho em prol de uma condição melhor de vida para si e os que o cercam. Com os animais é diferente: só se reproduzem quando estão em condições físicas para poder trazer um novo ser à vida; caso a fêmea não esteja em condições, não entrará no cio e a reprodução não acontece. O Homem pode decidir: reproduzir-se ou não é apenas uma conseqüência do ato num momento específico, e que somente a mulher pode conhecê-lo.
Dos mais diversos motivos alegados para justificar um aborto, não há um que se sustente: anencefalia, estupro, risco de vida para a mãe, gravidez não desejada, idade da mãe – seja muito nova ou muito velha – enfim, qualquer que seja o motivo, a principal razão é sempre um desejo de auto-preservação em prol de um outro ser humano que não pediu para estar ali; ao contrário, foi “convidado” a participar da vida e em um certo momento, resolveram “desconvidá-lo”.
É nossa responsabilidade, como pais, educadores e membros da sociedade, vivendo nas nossas comunidades e nos relacionando com diversas pessoas de outros círculos sociais, levar esse conhecimento, as suas causas e suas conseqüências, valorizar a vida, puxar a responsabilidade que existe dentro de cada um e trazê-la a tona, para o dia a dia de todos, criando um senso comum da necessidade que devemos ter de preservar a vida. A vida Humana. Sim, assim como nos preocupamos com os pássaros, as focas e baleias, as árvores da Amazônia e de uma forma geral, com a natureza e a ecologia, devemos muito mais preservar a espécie humana, da forma mais humana possível: combater a injustiça, a matança indiscriminada, a indiferença entre as pessoas, o sentido comunitário, a partilha, enfim, valores que são nobres para a vida humana, para a vivência em comunidade, e para a preservação do maior presente que poderíamos ter: a nossa própria vida.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Uma vitória da Vida...

BRASÍLIA - A Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara rejeitou hoje por unanimidade, com o voto de 33 deputados, o projeto de legalização do aborto, que tramitava desde 1991. Irritados com a manobra que permitiu a votação do parecer do deputado Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP) contra a legalização, os defensores do projeto de lei se retiraram da reunião. Grupos pró e contra o aborto acompanharam a sessão. Agora, o projeto será votado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde a tendência é de nova rejeição.
Pelo parecer aprovado, fica mantido o artigo do Código Penal que prevê pena de um a três anos de prisão para a mulher que praticar aborto. As exceções são para casos de estupro ou de gravidez de alto risco para a mãe. "A votação na comissão foi um reflexo da vontade popular. Agora o governo tem que pensar em políticas de saúde pública, de planejamento. Mas ficou claro que a lei deve ficar como está", disse Mudalen depois da votação. O deputado lembrou que foram feitas três audiências públicas para discutir o assunto. O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que no ano passado provocou polêmica ao dizer que o aborto é uma problema "de saúde pública" evitou o debate na Comissão de Seguridade e, nas audiências, foi representado por assessores.
Defensora da legalização do aborto, a deputada Cida Diogo (PT-RJ) lamentou que o assunto "tenha sido discutido pela ótica fundamentalista e da religiosidade". "Pessoalmente sou contra o aborto, mas também sou contra prender uma mulher que faça a opção pelo aborto. Além da decisão dolorosa e muitas vezes solitária, ela não tem condição de ser atendida no sistema público e ainda corre o risco de ser presa. É hipócrita pensar só em concepções fundamentalistas e religiosas e não pensar nessa mulher", afirmou.
O deputado Neucimar Fraga (PR-ES), que votou contra a legalização, comemorou a manutenção da lei como está. "As exceções da lei são o máximo que a gente pode aceitar", afirmou. Se o processo for rejeitado na CCJ da Câmara, será arquivado. Se for aprovado, será levado ao plenário da Câmara. "Vamos trabalhar para que a CCJ aprove, embora a correlação na comissão não seja favorável a esse tipo de projeto", reconhece Cida Diogo.

domingo, 27 de abril de 2008

Pecado: dizer não à Deus e aos irmãos

"Deus nos escolheu em Cristo antes da criação do mundo para sermos santos e irrepreensíveis diante de seus olhos. No Seu amor nos predestinou para sermos adotados como filhos Seus por Jesus Cristo, segundo o beneplácido de Sua livre vontade." (Ef 1,4-5)

Deus, desde o momento da criação, tem um plano de amor para toda a sua humanidade. Estamos neste mundo para que participemos da vida divina, para que desfrutemos do Seu Reino, para que vivamos no amor, enfim, para que nos realizamos como seres humanos. Contudo, Deus não fez sua obra completamente acabada. Ele não nos fez perfeitos, mas perfectíveis, ou seja, estamos a caminho de uma perfeição maior.

Essa perfeição maior somente poderá ser atingida se permanecermos em Deus e com Ele partilharmos o amor. Somente Deus pode nos fazer melhores. Sozinhos nada podemos, pois somos fracos e limitados. Em Deus tudo podemos, pois Ele é poderoso e ilimitado.

Porém, Deus fez o ser humano livre. Este, se quisesse crescer e tornar-se cada vez melhor, mais humano, mais realizado como pessoa, deveria escolher estar com Deus. Mas, desde o início, desde os seus primeiros pais, os seres humanos optaram por fechar-se em si mesmos. Fechados em si não podiam crescer, pois eram imperfeitos e permaneciam longe daqueles que era a Perfeição. Este pecado, o primeiro de todos, é o que chamamos de "Pecado Original".

Primeiramento é preciso melhorar os conceitos que possuímos sobre o Pecado Original. O Pecado de nossos primeiros pais não foi o simples fato de roubar um "fruto proibido"; foi mais do que isso. No Paraíso, que não poder ser entendido como um "lugar", mas um "estado de ser", a comunhão com Deus era perfeita. O ser humano podia crescer em Deus, tornando-se cada vez melhor. Porém, nossos primeiros pais, escolheram abandonar seu Criador. Não quiseram mais ouvir a voz de Deus que soava em seus corações. Auto-proclamaram-se donos de seu futuro, conhecerdores do que era o bem e o mal para si mesmos (cf. Gn 3,4). Deus não tinha mais vez no coração humano - homem e mulher tornaram-se deuses para si mesmos. Fechados em seu orgulho, os seres humanos caíram sempre mais e mais em seus erros. Imperfeitos e inacabados, não podiam mais crescer. Perderam a sua razão de ser, perderam a raiz de sua felicidade, pois escolheram estar longe de Deus (é esse o significado da "expulsão do Paraíso" - cf. Gn 3,23-24), perderam a harmonia que havia quando estavam em perfeita comunhão com Deus.

Todos os pecados subsequentes são praticados tendo como raiz primeira esse pecado de origem. Cada pecado humano é um auto-proclamar-se da pessoa como senhora de si para deixar Deus e seu projeto num plano inferior. Assim, pode-se dizer que qualquer ação que faça com que a pessoa esteja menos em comunhão com Deus é pecado.

Depois do Pecado Original, muitos atos humanos afastaram-nos mais ainda da perfeita comunhão com o Criador. Assim, criou-se uma estrutura de pecado - o mal impregnou-se em todos. Quando nascemos, somos inseridos nessa estrutura, nessa realidade que se opõe ao plano de Deus. Estamos em um ambiente de pecado, vivemos em uma estrutura de pecado que deve ser vencida a fim de que seja implantado o Reino de Deus.

Mas como saber se uma determinada ação afasta-nos de Deus? Nossa consciência unida às verdades reveladas por Cristo são os parâmetros para dizermos se uma atitude foi pecaminosa ou não. Quando falamos em atitude estamos falando de atos pensados e executados conscientemente. No entando, quanlquer ação consciente, quando feita fora do projeto de Deus, ou seja, desrespeitando a natureza humana, é pecado. E TODO PECADO AFETA A TODOS, POIS TODOS FORMAMOS UM SÓ CORPO. SOMOS INTERDEPENDENTES NO PROJETO DIVINO. CADA ATO HUMANO, SEJA ELE PECAMINOSO OU SANTO, INFLUENCIA TODOS OS DEMAIS SERES HUMANOS. SE SOMOS MAIS SANTOS, SANTIFICAMOS TODA HUMANIDADE CONOSCO, SE SOMOS PECADORES, DENEGRIMOS IGUALMENTE A TODOS. Em outras pelavras: se procuramos nossa santificação, levamos para o mesmo caminho - seja por exemplo, por influência direta ou indireta - muitos daqueles que estão ao nosso redor; o inverso também é verdadeiro: quando caminhamos para o pecado, influenciamos diretamente (e negativamente) aqueles que nos cercam, comprometendo-os para com o rompimento da harmonia buscada em Deus. O exemplo mais prático e mais fácil de visualizar é nos compararmos à uma rede de pesca, aonde cada um dos "nós" é uma pessoa, e todos estão interligados direta ou indiretamente através dos segmentos de linha: estando essa rede esticada, se um dos "nós" for puxado para baixo, aqueles que estão ao seu redor também seguem a mesma direção ainda que em diferentes intensidades; ao contrário, se um ou mais dos "nós" for puxado para cima os vizinhos próximos e também os mais distantes seguem o mesmo caminho, tendendo a subir.

"O pecado é uma falta contra a razão, a verdade, a consciência reta; é uma falta de amor verdadeiro, para com Deus e para com o próximo, por causa de um apego perverso a certos bens. Fere a natureza do homem e ofende a solidariedade humana. Foi definido como uma palavra, um ato ou um desejo contrário à lei eterna." (CIC 1849)

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Triste notícia...

Morre Dom Estevão Bettencourt, OSB

Dom Estevão Tavares Bettencourt, OSB
* 19/09/1919
† 14/04/2008
FACULDADE DE SÃO BENTO DO RIO DE JANEIRO
Rua D. Gerardo, 68 – Centro – Rio de Janeiro – RJ
Telefone/fax: (21) 2206-8100 – Ramal 8281/8310
Home page: www.faculdadesaobento.org.br

quarta-feira, 9 de abril de 2008

IMPRENSA AMERICANA DETECTA PENTECOSTES PRÓ-VIDA NO BRASIL

Recebi hoje, via e-mail, a importante notícia que repasso abaixo:

"Nunca foi vista em qualquer nação uma campanha tão bem organizada e fundamentada contra a cultura da morte como a que está ocorrendo no Brasil".

É o que afirmou na semana passada o colunista especializado Matthew Cullinan Hoffman em um comentário elaborado para a agência de notícias americana Life Site News. Ele também afirma que "está ocorrendo um Pentecostes Pro Vida no Brasil jamais visto em nenhum país do mundo". A seguir a tradução e o original inglês do artigo, tal como se encontra publicado no Life Site News, e os documentos oficiais do Congresso de Aparecida citados na reportagem.

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PENTECOSTES PRO VIDA NO BRASIL: O QUE ISTO SIGNIFICA PARA O RESTO DO MUNDO

http://www.lifesitenews.com/ldn/2008/mar/08032010.html

Nunca foi vista em qualquer nação, por parte do clero católico, uma campanha tão bem organizada e fundamentada, contra a "cultura da morte".

Comentário de Matthew Cullinan Hoffman para Life Site News

BRAZIL, 20 de março de 2008 (LifeSiteNews.com) - No mes passado a nação brasileira experimentou o que parece ter sido uma transformação miraculosa.

A hierarquia católica no Brasil tornou-se famosa há bastante tempo por sua indiferença no que diz respeito aos temas da defesa da vida, e sua desproporcional ênfase nos temas econômicos que parece igualar o catolicismo com a política socialista.

Os bispos brasileiros tem inclusive mantido um distante mas bastante real relacionamento com as "Católicas pelo Direito de Decidir", que é a versão sul americana das "Catholics for a Free Choice", um eufemístico grupo "católico" favor do aborto planejado para confudir os fiéis sobre os ensuinamentos da Igreja sobre a santidade da vida humana.

Até recentemente as lideranças católicas pareciam "esconder-se no sótão" no que diz respeito ao e outros temas relativos à defesa da vida humana, vergonhosamente evitando o assunto e inclusive conspirando com a "cultura da morte".

Entretanto, no mês passado ele repentinamente apareceram para as massas, abertamente proclamando o Evangelho da Vida da Igreja. Sua timidez anterior foi substituída por uma agressiva e quase provocativa posição contra as ideologias que estão por detrás da cultura da morte do aborto. Embora possa ser muito cedo para dizê-lo, parece que um "Pentecostes Pro Vida" está acontecendo entre os bispos do Brasil, e as estratégias que eles estão empregando são uma lição para todo o mundo Católico.

A conversão dos bispos parece ter-se iniciado depois do infeliz início este ano da "Campanha da Fraternidade", um projeto promovido pela Igreja Católica no Brasil todos os anos para promover um ensinamento ou tema diverso.

Embora o tema deste ano tenha sido "Fraternidade e Defesa da Vida", a campanha começou com problemas quando um grupo de sacerdotes divulgou um documentário relacionado com a campanha que dava uma cobertura simpática às "Católicas pelo Direito de Decidir".

Os católicos protestaram, e o eminente professor de filosofia Olavo de Carvalho escreveu um artigo de opinião para os jornais brasileiros denunciando a longa associação da Hierarquia Católica com as causas a favor do aborto. O CD do documentário foi retirado de circulação e o videoclip ofensivo foi removido da nova versão publicada, mas nenhuma explicação ou pedido de desculpas foi dado. Parecia que nada, na verdade, havia mudado.

Mas com o lançamento oficial da Campanha no início de fevereiro, parecia óbvio que alguma coisa havia acontecido com os bispos neste interim. Eles não se fizeram, como seria de se esperar, um anúncio meramente protocolar do tema da Campanha. Em vez disso eles chamaram uma conferência nacional de imprensa onde claramente denunciaram o aborto, a eutanásia, e a pesquisa com células tronco embrionárias em algo que somente poderia ser qualificado de "linguagem de guerra".

O Secretário Geral da Conferência Nacional dos Bispo do Brasil, Dimas Lara Barbosa, conduziu as cerimônias de abertura, e passou a declarar que o propósito náo era somente deter a nova legislação contra a vida, mas eliminar todas as exceções do Código Penal Brasileiro em relação ao aborto.

Ele afirmou que os bispos nos meses seguintes iriam "denunciar" os políticos e as orgamnizações a favor do aborto por "manipularem informações" para promover suas causas, e iriam trabalhar para educar o público sobre os danos da legislação que pretende legalizar o aborto, a eutanásia e a pesquisa com células tronco embrionárias.

Logo após o anúncio, os bispos conduziram uma conferência a favor da vida em Aparecida, o mais importante santuário do Brasil, e lançaram uma trovejante declaração em defesa da vida humana, denunciando os grupos pro aborto como um instrumento de um novo tipo de imperialismo que busca impor uma agenda racista de controle populacional no "terceiro mundo".

"Nós denunciamos a implantação de uma cultura da morte que destrói o sentido da vida, dos valores éticos, e dos direitos naturais de que dericam todas as leis humanas", declarcou a conferência.

"Nós denunciamos a tentativa de descriminalizar e legalizar o aborto na América Latina. Nós denunciamos a fraude no campo científico, a manipulação da linguagem e as autorizações do governo que permitem a produção e a distribuição em nossos países de drogas, venenos para matar seres humanos, desde as primeiras horas de vida, como ocorre com a pílula do dia seguinte".

"Nós denunciamos os programas do governo para legalizar o aborto de uma maneira indireta, como as normas técnicas do Ministério da Saúde que autorizam o aborto com base na simples declaração da parte interessada".

Além de falar clara e contundentemente sobre os horrores do aborto e outras ofensas contra a vida humana, os bispos estão fazendo aquilo que os pro vidas estiveram esperando há tanto tempo que os bispos fizessem algum dia em todo o mundo: eles estão usando sua autoridade para divulgar material informativo sobre o aborto em cada paróquia do país para distribuição entre os leigos.

O Arcebispo do Rio de Janeiro foi mais longe. Ele ordenou que uma grande quantidade de modelos de um feto fossem distribuidos em cada paróquia, e os padres estão exibindo-os nos centros de suas igrejas, explicando aos leigos que a vida começa na concepção e que o aborto põe um fim a esta vida.

Pelo menos uma paróquia na cidade está no momento mostrando vídeos dos abortos em encontros a portas fechadas, com comentários detalhados sobre as técnicas do aborto. Os leigos católicos do Brasil, muitos dos quais tem pouco conhecimento sobre o aborto, estão impressionadíssimos com o que estão vendo, e inspiram-se para agir contra o aborto. Há pouca dúvida que os políticos a favor do aborto nos ramos executivo, legislativo e judiciário no Brasil também estão aterrorizados, por razões muito diversas.

Que efeito teria esta abordagem se todos os bispos católicos do mundo tentassem imitar os bispos brasileiros e declarassem guerra ao aborto, à eutanásia e a outros ataques contra a vida humana? Infelizmente a resposta deverá ficar na especulação, porque talvez nunca até hoje foi vista uma campanha tão organizada e fundamentada contra a "cultura da morte", em qualquer país, por parte do clero católico.

Entretanto, pode haver pouca dúvida de que mesmo em um país como os Estados Unidos, cuja população é somente 25% católica, tal campanha teria um grande impacto. Se este "gigante adormecido" acordasse, galvanizado por uma pregação clara e campanhas educacionais que claramente revelem o crime do aborto, como poderia qualquer partido político opor-se contra ele?

É claro para este autor que antes que tal transformação possa ocorrer, deverá ocorrer primeiro nos corações e nas mentes do clero. Eles tem que experimentar primeiro seu próprio Pentecostes Pro Vida. E para isto, temos que continuar rezando.

COBERTURA LIFE SITE RELACIONADA:

DIOCESE CATÓLICA MOSTRA HORRORES DO ABORTO A FIÉIS

http://www.lifesitenews.com/ldn/2008/mar/08031208.html

DECLARAÇÃO DE APARECIDA EM DEFESA DA VIDA - 10 DE FEVEREIRO 2008

http://www.lifesitenews.com/ldn/2008/feb/08021312.html

GUERRA CONTINUA: BISPOS CATÓLICOS DO BRASIL LEVAM BATALHA PRO VIDA PARA NAÇÕES UNIDAS E FUNDAÇÕES INTERNACIONAIS

http://www.lifesitenews.com/ldn/2008/feb/08021313.html

BISPOS BRASILEIROS LANÇAM GRANDE CAMPANHA NACIONAL CONTRA ABORTO, EUTANÁSIA E PESQUISA COM CÉLULA TRONCO EMBRIONÁRIA

http://www.lifesitenews.com/ldn/2008/feb/08020810.html

BISPO BRASILEIRO: EXCOMUNHÃO CONTRA QUEM USA OU DISTRIBUI PÍLULA DO DIA SEGUINTE

http://www.lifesitenews.com/ldn/2008/jan/08012805.html

CATÓLICAS PELO DIREITO DE DECIDIR DO BRASIL INSTALADAS EM PRÉDIO DE PROPRIEDADE DE ORDEM RELIGIOSA CATÓLICA

http://www.lifesitenews.com/ldn/2007/apr/07042404.html

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ARTIGO ORIGINAL EM INGLES

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THE PRO-LIFE PENTECOST IN BRAZIL, AND WHAT IT MEANS FOR THE REST OF THE WORLD

http://www.lifesitenews.com/ldn/2008/mar/08032010.html

We have perhaps never seen such a concerted, sustained campaign against the "culture of death" in any nation, on the part of Catholic clergy

Commentary by Matthew Cullinan Hoffman

BRAZIL, March 20, 2008 (LifeSiteNews.com) - During the past month, the nation of Brazil has experienced a seemingly miraculous transformation.

The Catholic hierarchy in Brazil has long been famous for its laxity regarding human life issues, and its disproportionate emphasis on economic issues that seems to equate Catholicism with socialist politics.

The bishops have even maintained a loose but very real relationship with "Catholics for the Right to Decide", which is the South American version of "Catholics for a Free Choice", a phony "Catholic" pro-abortion group designed to confuse the faithful about the Church's teachings on the sanctity of human life.

Until recently, the Catholic leadership seemed to be "hiding in the upper room" with regard to abortion and other human life issues, shamefully avoiding the topic and even colluding with the "culture of death".

However, in the last month they have suddenly appeared to the masses, boldly proclaiming the Church's Gospel of Life. Their former timidity has been replaced by an aggressive, almost provocative stance towards the ideologies that underlie the death cult of abortion. Although it may be too early to tell, it appears that a "pro-life Pentecost" is occurring among the bishops of Brazil, and the strategies they are employing are a lesson to the whole Catholic world.

The bishops' conversion seems to have begun after the inauspicious start of this year's "Fraternity Campaign", a project undertaken by the Catholic Church in Brazil each year to promote a different teaching or theme.

Although this year's theme is "Fraternity and the Defense of Life", the campaign ran into trouble when a group of priests issued a documentary associated with it that gave sympathetic coverage to "Catholics for the Right to Decide."

Catholics protested, and the eminent philosophy professor Olavo de Carvalho wrote an opinion article for Brazilian newspapers pointing out the Catholic hierarchy's long association with pro-abortion causes. The CD of the documentary was removed from circulation and the offending video clip was removed from the reissued version, but no explanation or apology was given. It seemed that nothing had really changed.

But with the official launch of the Campaign in early February, it was obvious that something had happened to the bishops in the interim. They did not, as might be expected, give a feeble announcement of the Campaign's theme. Rather, they held a national press conference that clearly denounced abortion, euthanasia, and embryonic stem cell research, in what only can be called "fighting language."

The General Secretary of the National Conference of Brazilian Bishops, Dimas Lara Barbosa, led the opening ceremonies, and proceeded to state that the purpose was not merely to stop new anti-life legislation, but to eliminate all exceptions in Brazil's penal code regarding abortion.

He said the bishops in the following months would "confront" politicians and pro-abortion organizations for "manipulating information" to promote their cause, and would work to educate the public about the dangers of legislation to legalize abortion, euthanasia, and embryonic stem cell research.

Following the announcement, the bishops held a pro-life conference in Aparecida, home of Brazil's most important shrine, and issued a thundering declaration in defense of human life, denouncing pro-abortion groups as tools of a new kind of imperialism that seeks to impose a racist population-control agenda on the "third world".

"We denounce the implantation of a culture of death that destroys the sense of life, of ethical values, and natural rights from which all human laws are derived," the conference declared.

"We denounce the attempt to decriminalize and legalize abortion in Latin America. We denounce the fraud in the scientific field, the manipulation of language and the government authorizations that permit the production and distribution in our countries of pharmaceuticals, poisons to kill human beings, from the first hours of life, as occurs with the morning after pill and the inter-uterine device, IUD."

"We denounce the government programs to liberalize abortion in an indirect way, such as the technical standards of the Ministry of Health that authorize abortion based on the mere declaration of the interested party."

In addition to speaking clearly and boldly about the horror of abortion and other offenses against human life, the bishops are doing what pro-lifers have long hoped that bishops will someday do worldwide: they are using their authority to issue informational materials on abortion to every parish in the country for distribution to the laity.

The Archbishop of Rio de Janeiro has gone further. He has ordered more than enough fetal models for every parish, and priests are displaying them in the centers of their churches, explaining to the faithful that human life begins at fertilization, and that abortion terminates that life.

At least one parish in the city is actually showing videos of abortions in closed door meetings, with chilling commentary about the details of the procedure. Brazilian lay Catholics, many of whom have little acquaintance with abortion, are horrified by what they see, and are inspired to act against abortion. There is little doubt that the pro-abortion politicians in Brazil's executive, legislative, and judicial branches are also horrified, for very different reasons.

What effect would such an approach have if all of the Catholic bishops of the world were to imitate the Brazilian bishops, and declare war on abortion, euthanasia, and other offenses against human life? Sadly, the answer must remain a speculative one, because we have perhaps never seen such a concerted, sustained campaign against the "culture of death" in any nation, on the part of Catholic clergy.

However, there can be little doubt that even in a country like the United States, whose population is only 25% Catholic, such a campaign would have a large impact. If this "sleeping giant" were to awaken, galvanized by clear preaching and educational campaigns that clearly reveal the crime of abortion, how could any political party stand against it?

It is clear to this author that before such a transformation can occur, it must first occur in the hearts and minds of the clergy. They must first experience their own Pro-Life Pentecost. And for that, we must continue to pray.

Related LifeSiteNews Coverage:

Catholic Diocese Shows Horrors of Abortions to Faithful, Displays Fetal Models in Parishes
http://www.lifesitenews.com/ldn/2008/mar/08031208.html

Declaration of Aparecida in Defense of Life, February 10, 2008
http://www.lifesitenews.com/ldn/2008/feb/08021312.html

The War Continues: Brazil Catholic Bishops Take Pro-Life Battle to the United Nations, and International Foundations
http://www.lifesitenews.com/ldn/2008/feb/08021313.html

Brazilian Bishops Launch Major National Campaign Against Abortion, Euthanasia, and Embryonic Stem Cell Research
http://www.lifesitenews.com/ldn/2008/feb/08020810.html

Brazil Bishop: Excommunication for those who Use or Distribute Morning After Pill
http://www.lifesitenews.com/ldn/2008/jan/08012805.html

Brazil's Catholics for a Free Choice Housed in Building owned by Catholic Religious Order
http://www.lifesitenews.com/ldn/2007/apr/07042404.html

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DOCUMENTAÇÃO ORIGINAL

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1. MENSAGEM DE ABERTURA DO BISPO DE TAUBATÉ POR OCASIÃO DO 1º CONGRESSO INTERNACIONAL EM DEFESA DA VIDA

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Taubaté, 6 de fevereiro de 2008

Caríssimos irmãos e irmãs em em Cristo,

Estamos reunidos no Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, para celebrar a abertura da Campanha da Fraternidade, que neste ano tem o tema: "Fraternidade e Defesa da Vida"e o lema "Escolhe, pois, a Vida", que sedia, de 6 a 10 de fevereiro, o Primeiro Congresso Internacional em Defesa da Vida, reunindo importantes especialistas em Bioética e lideranças Pró Vida, nacionais e internacionais. Estamos aqui para defender a vida humana, ameaçada no mundo de hoje como não nunca se viu em toda a história da humanidade. Atualmente, há países onde o aborto está legalizado durante todos os nove meses de gestação e outros que se preparam para despenalizá-lo totalmente, o que equivaleria ao mesmo. A Organização das Nações Unidas (ONU), vendo já suficientemente enraizada a cultura do aborto, pretende reconhecê-lo não mais como um mal menor a ser tolerado mas como um direito humano fundamental, enquanto no primeiro mundo procura-se introduzir a prática pela qual os homens mais idosos peçam, (e sejam culturalmente forçadas a pedir, quando suas vidas não evidenciem mais sinais de utilidade social e mesmo que ainda gozem de boa saúde), a própria morte disfarçada de um bem, um novo direito a ser concedido pelo Estado.

Queremos neste Congresso ajudar a Igreja e a sociedade a perceberem que estes ataques à vida humana não são senão a face mais visível mais visível de uma patologia muito mais extensa que assola a sociedade de hoje, da qual conhecemos muito mal a extensão de suas causas. Trata-se do mesmo mal de que nos havia prevenido o Papa João XXIII, cinquenta anos atrás, quando no dia 25 de janeiro de 1959, anunciou pela primeira vez a convocação do Concílio Vaticano II e o diagnóstico não estava tão avançado.

"Quando o bispo de Roma estende o seu olhar sobre o mundo inteiro", afirmou então João XXIII, "contempla o triste espetáculo da liberdade humana que, sob a tentação das vantagens do progresso da técnica moderna, distrai-se da procura dos bens superiores e debilita as energias do espírito, que constituem a força de resistência aos erros que, no curso da história sempre levaram à decadência espiritual e moral e à ruína das nações".

Muitos dos progressos da técnica moderna produziram estes resultados porque foram oferecidos por uma cultura propositalmente e planejadamente construída para destruir a própria idéia de Deus. Esta cultura não somente se contenta em lutar desde fora contra a Igreja, mas também invade as suas posições-chave, penetra até no próprio espírito dos seus membros, inclusive de religiosos e sacerdotes, e os contamina silenciosamente com o seu veneno. Por meio de seus membros mais conscientes, esta nova sociedade trabalha duma maneira muito eficaz: utiliza os meios da ciência e da técnica, as possibilidades sociais e econômicas; prossegue imperturbavelmente na execução de uma estratégia cuidadosamente elaborada; exerce um domínio quase absoluto nas organizações internacionais, nas sociedades financeiras, nos meios de comunicação social, construindo um mundo que, alcançados seus objetivos, não poderá mais dizer-se iluminado por aquela luz, nem possuído daquela vida que o Verbo de Deus, fazendo-se homem, veio trazer aos homem.

Os ataques que hoje observamos à vida humana, prezados irmãos, são apenas uma das linhas de frente deste que representa o mais grave problema que enfrenta atualmente a Igreja e do qual temos que compreender suas causas em toda a sua profundidade se quisermos que a luz do Evangelho possa continuar fermentando a humanidade que nos foi confiada por Cristo.

Se este Congresso houver contribuído para difundir uma maior luz a este respeito, entenderemos haver alcançado nosso objetivo.

Deus, nosso Senhor, seu Filho único Jesus Cristo ressuscitado e a sua bem aventurada mãe, a Virgem Maria, possam abençoar a todos pelo bem que estarão ajudando a promover, ao se posicionarem e se comprometerem em favor da família e da vida humana.

A exemplo de João Paulo II, exclamamos: "Maria, a vós confiamos a causa da Vida".

Cordialmente, em Cristo e Maria!

Dom Carmo João Rhoden SCJ

Bispo da Diocese de Taubaté

Presidente da Comissão Diocesana em Defesa da Vida

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2. DECLARAÇÃO DE APARECIDA EM DEFESA DA VIDA

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DECLARAÇÃO DE APARECIDA EM DEFESA DA VIDA

http://www.cnbb.org.br/index.php?op=noticia&subop=17312

"Maria, a Vós confiamos a Causa da Vida" (João Paulo II, Evangelium Vitae, 105)

Nós, reunidos no Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida (Aparecida – Brasil), de 06 a 10 de fevereiro de 2008, representantes brasileiros, do continente europeu e das Américas, no I Congresso Internacional em Defesa da Vida, promovido pela Comissão Diocesana em Defesa da Vida, da Diocese de Taubaté, com o apoio do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM), Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Arquidioceses de Aparecida e de Brasília, Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Associação Nacional Pró-Vida e Pró-Família, Federação Paulista dos Movimentos em Defesa da Vida, Associação Nacional Mulheres pela Vida, Frente Parlamentar contra a Legalização do Aborto, Human Life International, Alianza Latinoamericana para la Família, Associazione per la Difesa dei Valori Cristiani - Voglio Vivere, Family Center, Agência ZENIT e outras entidades representativas da sociedade civil, bem como membros do Congresso Nacional brasileiro, de Assembléias Legislativas e de Câmara Municipais, e de pastorais diversas, procuramos fazer deste encontro uma resposta imediata ao que propõe a Campanha da Fraternidade de 2008, no Brasil, com o Tema: "Fraternidade e Defesa da Vida", e o Lema: "Escolhe, pois, a Vida".

Realizamos um intenso e aprofundado intercâmbio cultural e de experiências no que tange ao respeito à vida e à dignidade da pessoa humana. Estiveram presentes especialistas das mais diversas ciências e renomadas personalidades da área da Bioética, com expressivas lideranças nacionais e internacionais, unidos no esforço de ampliar a conscientização das inúmeras ameaças e ataques sem precedentes contra a família e a dignidade da pessoa humana, que contrariam a lei natural e a garantia do primeiro de todos os direitos humanos, que é o direito à vida.

Sentimo-nos também como um dos primeiros frutos da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, celebrada neste mesmo local, em maio passado, em que o Santo Padre, o Papa Bento XVI, destacou a necessidade dos povos garantirem "o direito à uma vida plena, própria dos filhos de Deus, com condições mais humanas", para desenvolver "em plenitude a existência humana, em sua dimensão pessoal, familiar, social e cultural" (cf. Discurso Inaugural da Conferência). É necessário, por conseguinte, defender a vida em todas as suas fases, desde a concepção até a morte natural, reconhecer e promover a estrutura natural da família, como união entre um homem e uma mulher através do matrimônio, e tutelar o direito dos pais a educar os próprios filhos, tudo isto como conseqüência de princípios inscritos na natureza humana e comuns a toda a humanidade.

Pois, de fato, a legislação não pode basear-se somente no consenso político, mas também sobre a moral que se fundamenta em uma ordem natural objetiva. A economia deve destinar-se ao ser humano como portador de intrínseca dignidade. Não pode haver economia sem população e não pode haver população sem filhos. A sexualidade, ademais, compartilha dos direitos e da dignidade do ser humano e destina-se à construção de uma família como ao seu fim natural.

Depois de havermos estudado e refletido sobre tais princípios, sobre suas conseqüências e sobre fatos fartamente documentados da história recente, DESTACAMOS que:

- O aborto, químico ou cirúrgico, tem sido utilizado pelos países desenvolvidos como a principal ferramenta para sustentar uma política global de controle populacional. Desde 1952, com o surgimento do Conselho Populacional, aos quais se somaram, mais tarde, a Fundação Rockefeller, Ford, Gates e outras, está sendo implantado internacionalmente um programa populacional destinado ao controle demográfico do planeta. O projeto inclui a disseminação de uma mentalidade anti-natalista, compreendendo a implantação de anticonceptivos, o aborto legal e outros ataques contra a vida, dentro de uma perspectiva geopolítica e eugênica que decidiu priorizar o combate à pobreza impedindo os pobres de ter descendência em vez de investir no desenvolvimento econômico. Dentro desta nova perspectiva, a anticoncepção, o aborto e também a eutanásia tornaram-se parte de uma política demográfica, integrada a uma política mais ampla de globalização, que busca a implantação do monopólio econômico.

- Desde os anos 80, por consenso estratégico, elaborado pelas grandes Fundações que promovem o aborto, as políticas de controle populacional têm sido apresentadas propositadamente camufladas sob a aparência de uma falsa emancipação da mulher e da defesa de pretensos direitos sexuais e reprodutivos, difundidos através da criação e do financiamento de uma rede internacional de organizações não-governamentais (ONGs) que promovem o feminismo, a educação sexual liberal e o homossexualismo.

- A Organização das Nações Unidas (ONU), desde a década de 1980, comprometeu-se com as políticas de controle populacional, que constituem, atualmente, um dos grandes pólos de suas ações. Através de seus comitês de monitoramento a ONU tem propositalmente fomentado o desenvolvimento de uma jurisprudência no campo do direito internacional pela qual tenciona-se preparar o reconhecimento do aborto como direito humano. Através de vários de seus órgãos e de suas agências, a ONU tem sido ainda um dos principais organismos internacionais promotores da legalização do aborto nos países da América Latina.

- Os organismos internacionais de crédito, como o Fundo Monetário Internacional, Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento, entre outros, outorgam créditos para o desenvolvimento de nossas nações condicionando-os a metas políticas de controle populacional.

- Vários países da União Européia estão implicados na difusão internacional do aborto e do controle populacional, destinando para isso importantes somas de dinheiro e usando sua influência política.

- A IPPF (Federação Internacional de Paternidade Planificada), que constitui a segunda OnG mais poderosa do mundo, depois da Cruz Vermelha Internacional, com suas filiais locais (no Brasil, a Bemfam), e seus organismos satélites, como o GPI (Grupo Parlamentar Interamericano de População e Desenvolvimento) e o IPAS, principal provedor de máquinas de sucção para abortos precoces e de cursos de capacitação em práticas de abortos para médicos, têm como objetivo respectivamente a implantação, nos países em desenvolvimento, da contracepção, esterilização, aborto e treinamento de profissionais da área da Saúde para a incorporação dessas práticas.

- Parlamentares, profissionais da área da Saúde, universitários, meios de comunicação social, a classe jurídica, têm sido pressionados e influenciados pelos promotores desta cultura de morte.

- Os governos, seja por omissão ou por cumplicidade, em sua maior parte têm cedido a estas pressões implantando programas ou políticas populacionais, ou mesmo, como no caso do Brasil, propondo a total e completa descriminalização do aborto, com o que a prática se tornaria legal durante todos os nove meses da gestação.

POR TUDO ISSO:

- Denunciamos a implantação de uma cultura de morte que nos leva à perda do sentido da vida, dos valores éticos e direitos naturais, dos quais deriva todo o direito positivo.

- Denunciamos a tentativa de descriminalizar e legalizar o aborto na América Latina.

- Denunciamos a fraude no campo científico, a manipulação da linguagem e as autorizações estatais que permitem em nossos países a fabricação e a distribuição de fármacos aptos para matar seres humanos, desde suas primeiras horas de vida, como ocorre com a "pílula do dia seguinte".

- Denunciamos os programas estatais para liberar o aborto por via indireta, como as Normas Técnicas do Ministério da Saúde, que "autorizam" o aborto por mera declaração da interessada. - Denunciamos a implantação de uma educação sexual escolar hedonista, propositalmente dissociada da idéia do matrimônio e da construção da família como seu fim natural e, em vez disso, centralizada na genitalidade, na ideologia de gênero e que promove o homossexualismo entre crianças e jovens.

- Denunciamos as tentativas de implantar a eutanásia no País, por meio de resoluções de conselhos profissionais.

E finalmente PROPOMOS:

- Difundir o conhecimento da Doutrina Social da Igreja é fundamental para a consolidação destas propostas que visam a valorização da vida, pelo entendimento e fidelidade na sua vivência dentro da perspectiva do Evangelho da Vida.

- Promover uma opção decisiva pela vida humana e por sua plena dignidade, implementando-a por meio das diversas pastorais, movimentos e outras iniciativas.

- Manter observadores permanentes dentro do Congresso Nacional brasileiro e outras Casas de Lei, de modo a um acompanhamento eficaz das propostas relativas aos autênticos direitos humanos, à vida e à família.

- Patrocinar ações legais para que cessem as violações aos direitos humanos aqui denunciadas, sem exceção alguma.

- Exigir o cumprimento da ação efetiva da defesa da vida, por todas as instituições, organismos e níveis de poder competentes, o respeito integral à vida e dignidade humana, assinalando como primeiro, o requerimento à Organização das Nações Unidas pela decretação da moratória sobre a pena de morte no mundo, especificamente dos não nascidos, dos idosos e inválidos.

Que esta Declaração seja um solene compromisso com a cultura da vida, para que todos tenham vida e a tenham em abundância.

Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, 09 de fevereiro de 2008