sábado, 14 de agosto de 2010

Um ano...

Está para completar um ano sem sua presença física.
Sem seu olhar, sua companhia, suas palavras, ideias e opiniões.

Há exato um ano,vivíamos seus últimos momentos de lucidez.

A lembrança emociona-me ainda. Acho que isso será ainda por muito tempo.

Como fã das artes, principalmente cinema e música, Frank Sinatra foi um de seus ídolos, que ele acompanhou de perto durante todos os seus quase 75 anos.

Em sua homenagem, publico abaixo, uma das músicas preferidas e que traduzem muito de sua personalidade, do seu modo de viver.

My Way é como ele via a vida, como ele enfrentava seus dias, suas alegrias e decepções. Ao seu modo, ele enfrentou sem desistir em nenhum momento sequer, tudo o que a vida lhe propôs.
Do seu jeito especial, ímpar, ele fez o melhor...

For what is a man, what has he got?

If not himself, than he has naugth

To say the things he truly feels

And not the words of one who kneels


My Way foi a sua vida, ao seu modo.


André Lazzarini - 2010/o8/15.

My Way

And now the end is near

And so I face the final curtain

My friend, I'll say it clear

I'll state my case of which I'm certain

I've lived a life that's full

I traveled each and every highway

And more, much more than this

I did it my way

Regrets, I've had a few

But then again, too few to mention

I did what I had to do

And saw it through without exemption

I've planned each charted course

Each careful step along the byway

And more, much more than this

I did it my way

Yes there were times, I'm sure you knew

When I bit off more than I could chew

But through it all when there was doubt

I ate it up and spit it out

I faced it all and I stood tall

And did it my way

I've loved, I've laughed and cried

I've had my fill, my share of losing

And now as tears subside

I find it all so amusing

To think I did all that

And may I say, not in a shy way

Oh no, oh no, not me

I did it my way

For what is a man, what has he got?

If not himself, than he has naugth

To say the things he truly feels

And not the words of one who kneels

The record shows, I took the blows

And did it my way

Frank Sinatra

Um Dia Aprendes

Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. E começa aceitar as suas derrotas com a cabeça erguida e os olhos adiante, com a graça de uma criança e não a tristeza de um adulto.

E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno de amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair ao meio ao vão. Depois de um tempo aprendes que o sol queima se ficares exposto por muito tempo. E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceitas que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai magoar-te de vez em quando e tu tens de perdoá-la por isso.

Aprendes que falar pode aliviar as dores emocionais. Descobres que se levam anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la e que você pode fazer coisas num instante, das quais te arrependerás para o resto da vida. Aprendes que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo em longas distâncias. E que o que importa não é o que você tem na vida, mas o que é na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprende que não temos de mudar os amigos se compreendermos que os amigos mudam, percebes que o teu amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.

Descobre que as pessoas com quem mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso, sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos. Aprendes que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começas aprender que não deve comparar com os outros, mas com o melhor que você mesmo pode ser. Descobre que leva muito tempo a tornar-te a pessoa que quer e que o tempo é curto. Aprende que não importa aonde já chegou, mas onde está indo. Aprendes que, ou controla os seus atos ou eles te controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.

Aprende que heróis são aqueles que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as consequências. Aprende que paciência requer muita prática. Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que te ajuda a levantar. Aprende que a maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou.

Aprendes que há mais dos teus pais em você do que você supunha. Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são tolices, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso. Aprende que quando estás com raiva tens o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de seres cruel.

Descobre que só porque alguém não te ama da maneira que quer que te ame, não significa que esse alguém não te ame com tudo que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas não sabem como o demonstrar.

Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes tens que aprender a perdoar-se a si mesmo. Aprende que, com a mesma severidade com que julgas, serás em algum momento condenado. Aprende que não importa em quantos pedaços o teu coração foi partido, o mundo não para que o concerte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás. Portanto, planta o teu jardim e decora a tua alma, em vez de esperar que alguém lhe traga flores.

E aprendes que realmente podes suportar... que realmente és forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensares que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que tu tens valor diante da vida! As nossas dúvidas são traidoras e fazem-nos perder o bem que poderíamos conquistar se não fosse o medo de tentar.

William Shakespeare

domingo, 18 de abril de 2010

As torções e distorções da sociedade moderna


Dentre os caminhos e descaminhos da sociedade moderna, surgem soluções dadas como “fantásticas” e alardeadas como a “salvação” da sociedade e a tão desejada “solução” de um dos atuais problemas: a violência juvenil. Juvenil, porque começa nesta fase, mas se propaga por todas as idades e todos os setores desta sociedade que esta se (des) construindo. Pasmem: uma escola do interior do Norte do Paraná acredita estar “educando” quando presenteia – materialmente – os alunos que se comportam educadamente. A cada boa atitude do aluno significa um “sim” numa ficha de avaliação individual, que valem pontos e são convertidos em Reais para serem gastos no “Bazar do Comportamento”. Assim, os jovens portando suas “carteiras cheias de reais virtuais” deliciam-se no bazar gastando à vontade em roupas, brinquedos e outros mimos do consumismo.

Ora, isso é educação? Em tempos de Campanha da Fraternidade Ecumênica, enquanto pregamos que não podemos servir a Deus e ao dinheiro exatamente por causa do endeusamento dos valores deste consumismo doentio e do desvirtuamento moral da sociedade, assistimos uma entidade que se diz “educacional” ensinar o avesso: “sejam bonzinhos e educados que a sociedade lhe recompensará com presentes materiais”. Que belo exemplo de educação! Que futuro para estes jovens!

E onde ficaram os valores morais que deviam ser ensinados pelos educadores e pelas famílias, através do exemplo de vida, das regras sociais de comportamento, enfim, da educação propriamente dita? Foram jogados às sarjetas desta sociedade decadente.

Percebem que estes jovens estão aprendendo que seu bom comportamento vale um bem material ou monetário. Só isso! E não estão ensinando-os que o bom comportamento tem um valor moral e é o que rege a boa convivência e mantém a paz na sociedade. Deste modo, crescerão esperando sempre uma recompensa pela sua boa conduta. E, no dado momento em que a sociedade – vil e perversa como está sendo (des) construída – não puder recompensá-los, seus demônios interiores surgirão fortalecidos e vomitarão sua ira sobre a mesma, muito pior do que atualmente acontece.

A inversão dos valores educacionais é perversa. Tal método leva a um caminho pior quando os educadores imaginam que podem despertar valores morais nos jovens “comprando-os” por um preço qualquer, quando o correto seria despertar tais valores morais demonstrando que eles – os valores morais – são quem garante a pacífica convivência social.

Infelizmente eles nãoo fazem por mal: tais “educadores” também são vítimas do processo de deseducação que a nossa sociedade vive atualmente quando perpetua tal raciocínio torcido.

Os valores básicos, os conteúdos morais e a boa conduta civilizada da sociedade estão sendo desacreditados por modismos e resultam em famílias desagregadas, endeusando o dinheiro e materializando o maior bem que temos – a vida – atingindo o ápice total quando, através da pregação do livre aborto, sacrifica-se um ser humano para resguardar o corpo da mulher – o materialismo novamente sobressaindo-se à vida.

Resta-nos mantermo-nos atentos aos desvios de conduta desta sociedade desencaminhada e educar nossos filhos como fizeram conosco nossos pais, agindo corretamente sempre, pois se educa tanto através de exemplos quanto através de palavras. E, além disso, criticar, desaprovar e combater sempre todas estas promiscuidades travestidas de verdades e que estão sendo, sistematicamente, jogados numa mesma cesta, apresentando o podre como novo e moderno e o puro e verdadeiro como ultrapassado.


Publicado na Folha de Londrina - edição de 18/04/2010 - página 02

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Sabedoria

Sim, insensatos são todos aqueles homens em que se instalou a ignorância de Deus e que, a partir dos bens visíveis, não foram capazes de descobrir aquele que é, nem, considerando as obras, reconheceram o Artífice. Antes foi o fogo, o vento ou o ar subtil, a abóbada estrelada, ou a água impetuosa, ou os luzeiros do céu que tomaram por deuses, governadores do mundo. Se, fascinados pela sua beleza, os tomaram por deuses, aprendam quão mais belo que tudo é o Senhor, pois foi o próprio autor da beleza que os criou. E se os impressionou a sua força e o seu poder, compreendam quão mais poderoso é aquele que os criou, pois na grandeza e na beleza das criaturas se contempla, por analogia, o seu Criador. Estes, contudo, merecem só uma leve censura porque talvez se extraviem, apenas por buscarem Deus e quererem encontrá-lo. Movendo-se no meio das suas obras, investigam-nas, mas deixam-se seduzir pela aparência, pois são belas as coisas que vêem. De qualquer modo, nem sequer estes são desculpáveis, porque, se tiveram tanta capacidade para poderem perscrutar o universo, como não descobriram, primeiro, o Senhor dessas coisas?
(Livro da Sabedoria 13,1-9)