domingo, 18 de abril de 2010

As torções e distorções da sociedade moderna


Dentre os caminhos e descaminhos da sociedade moderna, surgem soluções dadas como “fantásticas” e alardeadas como a “salvação” da sociedade e a tão desejada “solução” de um dos atuais problemas: a violência juvenil. Juvenil, porque começa nesta fase, mas se propaga por todas as idades e todos os setores desta sociedade que esta se (des) construindo. Pasmem: uma escola do interior do Norte do Paraná acredita estar “educando” quando presenteia – materialmente – os alunos que se comportam educadamente. A cada boa atitude do aluno significa um “sim” numa ficha de avaliação individual, que valem pontos e são convertidos em Reais para serem gastos no “Bazar do Comportamento”. Assim, os jovens portando suas “carteiras cheias de reais virtuais” deliciam-se no bazar gastando à vontade em roupas, brinquedos e outros mimos do consumismo.

Ora, isso é educação? Em tempos de Campanha da Fraternidade Ecumênica, enquanto pregamos que não podemos servir a Deus e ao dinheiro exatamente por causa do endeusamento dos valores deste consumismo doentio e do desvirtuamento moral da sociedade, assistimos uma entidade que se diz “educacional” ensinar o avesso: “sejam bonzinhos e educados que a sociedade lhe recompensará com presentes materiais”. Que belo exemplo de educação! Que futuro para estes jovens!

E onde ficaram os valores morais que deviam ser ensinados pelos educadores e pelas famílias, através do exemplo de vida, das regras sociais de comportamento, enfim, da educação propriamente dita? Foram jogados às sarjetas desta sociedade decadente.

Percebem que estes jovens estão aprendendo que seu bom comportamento vale um bem material ou monetário. Só isso! E não estão ensinando-os que o bom comportamento tem um valor moral e é o que rege a boa convivência e mantém a paz na sociedade. Deste modo, crescerão esperando sempre uma recompensa pela sua boa conduta. E, no dado momento em que a sociedade – vil e perversa como está sendo (des) construída – não puder recompensá-los, seus demônios interiores surgirão fortalecidos e vomitarão sua ira sobre a mesma, muito pior do que atualmente acontece.

A inversão dos valores educacionais é perversa. Tal método leva a um caminho pior quando os educadores imaginam que podem despertar valores morais nos jovens “comprando-os” por um preço qualquer, quando o correto seria despertar tais valores morais demonstrando que eles – os valores morais – são quem garante a pacífica convivência social.

Infelizmente eles nãoo fazem por mal: tais “educadores” também são vítimas do processo de deseducação que a nossa sociedade vive atualmente quando perpetua tal raciocínio torcido.

Os valores básicos, os conteúdos morais e a boa conduta civilizada da sociedade estão sendo desacreditados por modismos e resultam em famílias desagregadas, endeusando o dinheiro e materializando o maior bem que temos – a vida – atingindo o ápice total quando, através da pregação do livre aborto, sacrifica-se um ser humano para resguardar o corpo da mulher – o materialismo novamente sobressaindo-se à vida.

Resta-nos mantermo-nos atentos aos desvios de conduta desta sociedade desencaminhada e educar nossos filhos como fizeram conosco nossos pais, agindo corretamente sempre, pois se educa tanto através de exemplos quanto através de palavras. E, além disso, criticar, desaprovar e combater sempre todas estas promiscuidades travestidas de verdades e que estão sendo, sistematicamente, jogados numa mesma cesta, apresentando o podre como novo e moderno e o puro e verdadeiro como ultrapassado.


Publicado na Folha de Londrina - edição de 18/04/2010 - página 02

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