domingo, 11 de maio de 2008

Viva a Vida!!!

A vida humana é bela e formosa. É sagrada. Como pode nascer da união de duas minúsculas células algo tão completo e perfeito como o ser humano? Só não percebe quem não quer: a pureza e a grandiosidade desta transformação de duas “meias” células em um ser vivo dotado de uma inteligência crescente e que ganha sua autonomia enquanto se desenvolve, aprendendo tudo até poder desenvolver os mais complexos teoremas sobre o mundo e a própria vida.
Discutir o momento em que se inicia a vida em si é algo deveras mesquinho e interesseiro, que só pode estar a serviço do desejo de dominação sobre a vida de outrem.
O zigoto, antes de ser embrião, é autônomo desde quando surge, pois seu desenvolvimento acontece independente do desejo de quem o abriga; precisa sim de um local ideal e condições mínimas para se desenvolver da mesma forma como todos nós precisamos de um ambiente com um mínimo de suporte vital para sobrevivermos e nos desenvolvermos. É certo que o ser humano tem uma capacidade de adaptação imensa, mas que também é diferente a cada fase de sua vida e essas condições são também limitantes para a existência da vida. E cada um de nós é autônomo no que diz respeito à nossa vontade de viver, à nossa disposição de adaptarmo-nos ao ambiente que nos inserimos. Assim também é o embrião (ou zigoto, ou mórula, ou blástula, ou qualquer nome que se dê a qualquer fase em que esteja esse novo ser humano).
A vida que se desenvolve no útero de uma mulher não lhe pertence. Por mais que ela tenha tido lá sua responsabilidade na geração deste novo ser humano, ela não pode dispor dele da forma que lhe convier; ao contrário, é eternamente responsável por aquele que ela gerou. A responsabilidade sobre um ser não lhe confere o poder de determinar-lhe seu destino.
Os úteros de aluguéis que surgem e passam a ser alternativa para solucionar as dificuldades financeiras de uns e as dificuldades biológicas de outros mostram bem essa situação da autonomia do embrião: ele desenvolve-se na “mãe de aluguel”, mas não lhe pertence. Assim como em todas as gestações, o embrião é autônomo. Ele precisa apenas ser acolhido e alimentado para se desenvolver.
As alegações mesquinhas para justificar um o aborto, por mais diversa que ela seja, são todas de origem não humana: nem mesmo um animal pode ser tão frio e calculista para sacrificar seu próprio filho em prol de uma condição melhor de vida para si e os que o cercam. Com os animais é diferente: só se reproduzem quando estão em condições físicas para poder trazer um novo ser à vida; caso a fêmea não esteja em condições, não entrará no cio e a reprodução não acontece. O Homem pode decidir: reproduzir-se ou não é apenas uma conseqüência do ato num momento específico, e que somente a mulher pode conhecê-lo.
Dos mais diversos motivos alegados para justificar um aborto, não há um que se sustente: anencefalia, estupro, risco de vida para a mãe, gravidez não desejada, idade da mãe – seja muito nova ou muito velha – enfim, qualquer que seja o motivo, a principal razão é sempre um desejo de auto-preservação em prol de um outro ser humano que não pediu para estar ali; ao contrário, foi “convidado” a participar da vida e em um certo momento, resolveram “desconvidá-lo”.
É nossa responsabilidade, como pais, educadores e membros da sociedade, vivendo nas nossas comunidades e nos relacionando com diversas pessoas de outros círculos sociais, levar esse conhecimento, as suas causas e suas conseqüências, valorizar a vida, puxar a responsabilidade que existe dentro de cada um e trazê-la a tona, para o dia a dia de todos, criando um senso comum da necessidade que devemos ter de preservar a vida. A vida Humana. Sim, assim como nos preocupamos com os pássaros, as focas e baleias, as árvores da Amazônia e de uma forma geral, com a natureza e a ecologia, devemos muito mais preservar a espécie humana, da forma mais humana possível: combater a injustiça, a matança indiscriminada, a indiferença entre as pessoas, o sentido comunitário, a partilha, enfim, valores que são nobres para a vida humana, para a vivência em comunidade, e para a preservação do maior presente que poderíamos ter: a nossa própria vida.

Um comentário:

Anônimo disse...

Fantástico texto!

De fato, os que lutam pelo aborto não se amam nem valorizam sua própria vida. Se assim o fizessem, nunca aceitariam tal besteira.