quarta-feira, 2 de abril de 2008

Nesta semana, precisamente hoje, 02/04/2008, a FOLHA DE LONDRINA publicou em sua página 03, no primeiro caderno uma entrevista muito interessante com um embriologista a respeito da tão falada reprodução assistida. A reportagem é esclarecedora sob muitos aspectos, prinicipalmente no que diz respeito à completa falta de legislação que deixa um vácuo, apenas orientado pela ética (?) médica e pelo controle (?) do conselho federal de medicina.

Abaixo reproduzo a reportagem, que poderá ser encontrada a integra no endereço:


Vou comentar trechos da reportagem (destacados em AZUL)- intrometendo-me no meio das perguntas e respostas:


EMBRIÕES - Quando o casal não deve ter filho

O Brasil ainda é conservador nas regras para reprodução assistida, embora não haja lei que regulamente o procedimento.

Um caso registrado na Grã-Bretanha levantou a polêmica sobre os processos de fertilização. Um casal de surdos, que já tem uma filha com deficiência auditiva, quer ter outra criança com a mesma deficiência. A lei daquele país não permite que casais escolham os embriões que possam desenvolver algum problema, anormalidade ou condição médica, deixando de lado os embriões considerados normais
.


Vejam bem: aqui nota-se que há um desejo inesperado (segundo a lógica que se quer impor): os pais querem um filho surdo, seguindo o "padrão" da família. Mas a lei não permite que se escolha de - pasmem - um embrião COM algum defeito. Isso nos leva a crer que JÁ ESTÁ EM USO E APLICAÇÃO ATIVA a seleção ARTIFICIAL dos super-humanos; só sobreviverão aqueles que forem perfeitos, como os tais Arianos desejados pelos nazistas, que seriam escolhidos para viver e povoar o mundo. Aos fracos, defeituosos, dois destinos possíveis: tubo de ensaio para servir de cobaia de laboratório ou a lata do lixo. Deus que nos perdoe...

Mas as regras variam de país para país. No Brasil, só é permitida a escolha de embriões em casos especiais. Em entrevista à FOLHA, o embriologista Osmar Alécio Henriques, que tem clínica em Londrina, conta quais são esses casos e as regras para quem tenta um bebê de proveta.

O senhor já soube de algum caso parecido com este da Grã-Bretanha aqui no Brasil?

Tivemos um casal que queria que separássemos embriões com Síndrome de Down. Eles tinham perdido uma filha de 10 anos em um acidente de carro que era portadora da síndrome. Nós contornamos a situação dizendo que as pessoas não podem ser repostas. E além do mais, não podemos fazer essa separação.


Não é claro o que pode ou o que não pode no Brasil, já que não há lei regulamentar. Ele explica que não pode fazer a separação dos embriões - aqueles prováveis "perfeitos" daqueles com Síndrome de Down (sub-entendemos que são os imperfeitos) - Se as comunidades dos portadores de Síndromes (APSDOWN e outros) atentassem para a TAMANHA DISCRIMINAÇÃO que estão impondo aqui sobre os portadores de Síndromes... que tanto querem ELIMINAR DA FACE DA TERRA, como seres de uma subespécie humana, indesejada e que deve ser eliminada! Há ainda que se perceber - e aqui claramente exposto nas entrelinhas da resposta do médico - QUE O OBJETIVO DA MANIPULAÇÃO GENÉTICA/EMBRIONÁRIA É ELIMINAR QUALQUER ANORMALIDADE HUMANA, ou seja, ELIMINAR A DIVERSIDADE HUMANA. Mais uma vez fica claro que SOMENTE OS PERFEITOS TRIUNFARÃO... Embora no Brasil não haja lei específica que dite as regras, a ética que os médicos adotaram - segundo sabe lá quais preceitos - é a de desencorajar qualquer escolha do "anormal".
Está claro... e se não fosse por isso, porque estariam querendo essa seleção embrionária?
Percebe-se também nas entrelinhas que se o casal quisessem um embrião perfeito, sem risco de qualquer Síndrome, os médicos estariam "à postos" para a separação do tal embrião "viável" e sua implantação no útero da mãe! Mas a escolha de um "defeituoso" exigiu uma resposta psicologicamente aceita e viável... ainda que VERDADEIRA: NINGUÉM É PASSÍVEL DE SER SUBSTITUÍDO, PORQUE CADA UM É CADA UM... DENTRO DA DIVERSIDADE DOS SERES HUMANOS. POR ISSO É QUE ELA (A DIVERSIDADE) EXISTE E DEVE CONTINUAR EXISTINDO.
Mais uma vez tenho que dizer: Deus que nos perdoe...

Existe algum risco na biópsia de embriões?

Esse processo é chamado PGD. É uma técnica onde se tira uma célula desse embrião. Hoje sabemos que ela aumenta o índice de aborto para a paciente..


É, seu doutor... a medicina ainda está TÃO IMPERFEITA que não consegue manipular esses embriões sem provocar danos aos infelizes... e ficam ainda causando danos nas mulheres (ou nos casais) que, já fragilizadas por sua dificuldade reprodutiva, submetem-se à esses tratamentos, correndo tantos riscos quando desejariam se tivessem todo o conhecimento...
Apelo novamente aos céus: Deus que nos perdoe... porque não sabemos o que fazemos!


As leis brasileiras permitem algum tipo de seleção?

Não existe uma lei específica. Existem normas para os serviços de reprodução, existe a ética médica e o Conselho Federal de Medicina fiscalizando isso e tentando nos orientar. Há projetos de lei, mas não lei aprovada.


Então, no vácuo legislativo, toma-se as diretrizes científicas dos conselhos e criam-se normas éticas (baseada em que valores???) que possam reger esses processos, até que o Congresso Nacional se digne (entre uma medida provisória e outra, ou entre uma CPI e outra, ou ainda entre um mensalão e outro) estudar seriamente e elaborar as leis que tanto necessitamos...
Rogo à Deus Pai que, ainda assim, nos perdoe...


Como o Brasil está em relação a outros países?

Cada país tem as suas leis. Na Itália, eles são muito mais rigorosos na questão de inseminação artificial. Tanto que casais saem da Itália e vão para países vizinhos fazer esse tipo de tratamento. Existem países onde há liberalidade total. Nos Estados Unidos, você pode comprar óvulos ou sêmem pela internet. Há países onde a mulher solteira não pode fazer tratamento de reprodução assistida. Em outros, a paciente procura uma clínica e não precisa nem mostrar documentos. Tem países que fazem esses tratamentos em casais homossexuais e países onde você pode bipartir o embrião e ter gêmeos.


Compras pela internet que sempre inovam... em breve, no site mais próximo, escolha do seu FILHO PERFEITO - sexo, cor dos olhos, cabelos, altura e sem doenças, claro!
Rogo à Deus Pai que, ainda assim, nos perdoe...


O que é permitido no Brasil?

Aqui a norma fala que toda mulher com dificuldade para ter filhos pode procurar um serviço de reprodução. Não tem especificação de idade. Os embriões até o quinto dia podem ficar na estufa. Quanto mais se observa esses embriões na estufa, mais fácil para selecionarmos os que tem mais chances de gravidez. O descarte de embriões é proibido, o embrião tem de ser congelado ou doado para outro casal.


Gente... EMBRIÃO É GENTE... não pode jogar no lixo e nem dar outro destino... o infeliz tem que ficar esperando um útero que o acolha para que ele cresça e se desenvolva...

Quantos embriões podem ser transferidos?

No Brasil, no máximo quatro. Em alguns países é permitido transferir o número de embriões que você desejar e após o início da gravidez se faz a redução embrionária, que no nosso país é chamado aborto. Nem todo embrião transferido vai se implantar. A paciente vai aguardar 15 dias, fazer o teste de gravidez e depois o ultra-som para saber quantos embriões se implantaram.


Senti um certo desprezo, ou melhor dizendo, um cinismo na expressão "...no nosso país é chamado aborto." E tem outro nome para isso?

É permitido que casais sem problemas de infertilidade façam o tratamento?

No nosso país, pelo custo, e como o serviço público e planos de saúde não cobrem, não existiu até hoje casais que queiram fazer, a não ser casos excepcionais, como para verificar uma doença que podemos diagnosticar. Para escolher embriões é necessário entrar em contato com o poder judiciário e aguardar liberação, como no caso de doenças ligadas ao sexo, por exemplo. Ou mulheres que tem alguma doença e não podem engravidar. Neste caso fazemos a ''barriga de aluguel''. Ela vem com uma irmã, por exemplo, fazemos todo o processo e transferimos o embrião para o útero dessa irmã..




Eis o "X" da questão... o tal objetivo aonde querem chegar, custe o que custar: a possibilidade de QUALQUER casal - tenha ou não dificuldades reprodutivas, ou sejam gays, casais do mesmo sexo, etc - poder escolher seu FILHO PERFEITO - de preferência pela internet fazendo o download numa clínica mais próxima da sua casa - , como se fosse uma mercadoria qualquer... mas que estará a caminho da GERAÇÃO PERFEITA, livre de doenças, anormalidades cromossômicas, Síndromes, etc... a Geração Perfeita como deuses... será que preciso dizer mais alguma coisa???
Meus caros... resta-nos alertar mais e mais pessoas, rogar à Deus Pai que nos auxilie nessa difusão da verdade oculta, da banalização da vida...até lá, que Deus perdoe nosso pecados...


A reportagem já começa com um título no mínimo duvidoso: Quando o casal não deve ter um filho.

Eu pergunto: quando o casal não deve ter um filho?

Quando esse filho não for perfeito?

Quando esse casal não puder escolher um filho imperfeito?

Quando "alguém" TIVER O PODER DE DIZER QUEM PODERÁ E QUEM NÃO PODERÁ TER UM FILHO?
Ficam aqui, essas questões para meditarmos no travesseiro...

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