sábado, 14 de junho de 2008

Quatro atos positivos e negativos da palavra

  • Dom Orlando Brandes
O mau uso da palavra gera mal-entendidos, meias-verdades, agressões e guerras.
1. A franqueza. É a transparência e a veracidade no falar, pois nossa comunicação não é só de idéias, mas também de sentimentos. A franqueza não significa grosseria, mas sinceridade com caridade. É a catarse, o desabafo, a verbalização do que se passa no íntimo. Fala-se com o coração. As pessoas verazes não sofrem de úlceras gástricas, nem de desconfiança, fechamento, inibição. Elas têm o dom da comunicação verbal e não-verbal. A franqueza facilita o diálogo, porque é transparência, não tem segundas intenções, faz jogo limpo. A lealdade e a fidelidade no falar granjeiam simpatia, confiança e bom relacionamento.
2. O elogio. É um ato de justiça, reconhecimento e gratidão. Confirma o bem, eleva as pessoas, promove a verdade, reconhece os valores. O elogio vale ouro. É uma verbalização do amor e da verdade. É um gesto de carinho, um toque de ternura que só pode fazer bem e multiplicar a virtude. O bem deve ser notado, valorizado e publicado. Pelo elogio as pessoas adquirem motivação, inspiração e incentivo para perseverar no bem, na virtude, na verdade. O elogio é uma bênção porque é dizer o bem, bendição.
3. A escuta. A palavra se origina no pensamento, no deserto, no silêncio, na escuta. É do interior que brotam as palavras. Quem sabe ouvir, escutar, silenciar, está se comunicando e falando através da comunicação não verbal e está valorizando a palavra de quem se comunica. Ouvir é compreender, é acolher, é integrar-se. Escutar é parte integrante do diálogo.
4. A clareza. Falar claro é falar com sinceridade, com o coração, mas também é ter boa dicção para ser compreendido, é falar com simplicidade, concisamente, sinteticamente. Clareza é transparência, como também, é boa dicção, lógica, expressão verbal audível, que possibilita a interação das pessoas. Falar baixo, ligeiro demais, com prolixidade, com palavras rebuscadas impede a espiral da comunicação que é: escutar, compreender, falar, agir. Falar na hora certa, do jeito certo, a palavra certa nem sempre é fácil. O mau uso da palavra gera mal-entendidos, meias-verdades, incompreensões, agressões e guerras. Há palavras que ferem como punhal, queimam como fogo, infernizam a vida.
Quatro são os atos negativos da palavra, ou seja, o mau uso da língua, os entraves na comunicação.
1. A mentira. Consiste em falar o contrário das nossas convicções, geralmente em nosso proveito, prejudicando o próximo e até usando Deus como testemunha. É a perversão do diálogo, intenção de enganar, a distorção dos fatos, falsificação da verdade. A mentira destrói a confiança, acoberta a corrupção, manipula a fidelidade. Mesmo pequena a mentira tem força satânica. É impossível a convivência onde reina a mentira. Manter mentiras custa caro e no final, tudo desaba. O reino da mentira fecunda a duplicidade, a falsidade, a desconfiança. A mentira hoje é onipresente e tudo corrompe.
2. A discórdia. É a maledicência, a fofoca, a cizânia, o mexerico, verdadeiros pecados da língua como diz a Bíblia. Tudo isso fere a dignidade humana, o direito à honra e à privacidade, o direito à fama e ao bom nome, gerando divisões, separações, inimizades. A discórdia tem o nome de detração quando aumentamos os defeitos dos outros, revelamos o oculto, calamos maliciosamente quando deveríamos falar, culpamos inocentes, interpretamos o bem negativamente. Nas épocas de eleições estas coisas acontecem com requintes de crueldade, baixaria, desumanidade, violência.
3. O insulto. Consiste em humilhar as pessoas diretamente e diante de terceiros. O insulto é humilhação e depreciação, rebaixamento e aviltamento. Tem o nome de contumélia quando os defeitos são ditos na bochecha, jogados no rosto de forma agressiva, depreciativa. O insulto tem sabor de vingança, raiva, ódio, desforra, e pessoas são difamadas e humilhadas em público. A boa fama deve ser restituída. Toda pessoa tem este direito.
4. A tagarelice. É a demagogia, o palavrório, a falação, a retórica. Tagarelice é falar sem fundamento, dizer sem viver, sem testemunhar. As prédicas sem práticas, os discursos sem as obras, as falas sem escuta, a lábia enganosa, a linguagem inautêntica, o blábláblá sem sentido, etc., tudo é tagarelice, mau uso da palavra, inflação de sons. O tagarela fala da boca para fora, não cultua o silêncio, a interioridade, a transparência. Entra em contradição, diz o que não vive, quer convencer à força de palavras. ''Este povo me louva com os lábios, mas seu coração está longe de mim'' (Mt 15,8).

DOM ORLANDO BRANDES é arcebispo de Londrina



FONTE: FOLHA DE LONDRINA - 14/06/2008 - 1º caderno - página 02

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Brasil - Estado Laico

OK.
Insistem tanto nessa palavra "LAICO"...
O Brasil é um país Laico e assim sendo, não precisa ouvir a opinião de nenhuma religião - muito menos a dos Católicos!
Sendo Laico o estado brasileiro, guia-se pela sua própria orientação, seja ela qual for.
Reclamam esta laicidade para justificar experiências com embriões, e justificarão da mesma forma o aborto, casamento gay, liberação da maconha, e qualquer outro atentado a vida humana.
Mas ninguém, NINGUÉM FALA NADA QUANDO HÁ UM FERIADO RELIGIOSO. Todos os defensores da laicidade do estado ficam quietinhos para poder emendar seu final de semana no shopping, na montanha ou na praia... afinal, ninguém é de ferro e Deus, apesar da laicidade do Estado, é brasileiro!!!
Oras bolas, porque não deixam de ser hipócritas, e sejam mais sérios em sua LAICIDADE?
Deixem os feriados religiosos SOMENTE PARA QUEM É RELIGIOSO. Respeitem a liberdade de cada um, mas NÃO SE APROVEITEM DAQUILO QUE LHE CONVÉM SOMENTE QUANDO LHE CONVÉM!!!
Por favor, aquele que se diz Laico Como o Estado, não folgue nos feriados religiosos... trabalhem, pois o Brasil Laico precisa de seu sangue e suor e nós, religiosos, não queremos compartilhar NOSSO FERIADO com a sua hipocrisia.

Deus que nos perdoe...